sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Papillon - o Homem Que Fugiu do Inferno


Você gosta de aventuras? A historia de Papillon é verdadeira e o que não falta é aventuras. Este livro eu encontrei num sebo já há algum tempo e estava esquecido num cantinho da minha biblioteca. Resolvi lê-lo e fiquei impressionado com a narrativa desta romance, que pode ser considerada um biografia. Ele conta uma parte da vida de Henri Charrière (ou René Belbenoit), autor do livro. Papillon, como era conhecido, foi um dos poucos prisioneiros que conseguiram fugir da Ilha do Diabo, presídio localizado na floresta impenetrável da Guiana Francesa, uma espécie de purgatório, onde os presos pagavam seus crimes sofrendo degradações e brutalidades.
Papillon era um ex-militar da Marinha Francesa e se sobrevivia em Paris, aplicando pequenos golpes. Enganava um aqui, roubava outro ali até que um dia houve um roubo que ele não participou, mas mesmo assim Papillon foi acusado de te-lo feito. Foi condenado injustamente à pena de prisão perpétua e mandado para o exílio na Guiana Francesa
Na Guiana Francesa, o Governo da França construiu um campo de prisional e para este local o governo francês enviava a maioria dos prisioneiros Entre os prisioneiros estão Henri Charriere, o Pappilon, e Louis Dega que se conheceram no porão de prisioneiros. Louis Dega era um falsificador e embora inteligente, era muito frágil fisicamente e era vigiado por outros prisioneiros, pois sabiam que ele tinha dinheiro. Embora prisioneiros, ainda a necessidade do dinheiro é imensa, razão que o mesmo era escondido nos locais menos imagináveis.
Após ficarem amigos Pappilon protege Dega dos outros prisioneiros e surgem pensamentos distintos: sair daquele inferno. Dega acredita que poderá sair pelos meios legais, enquanto Papillon só pensa em fugir daquele sistema prisional, cheio de histórias, personagens estranhos e corruptos. O s dois após uma tentativa de melhorar sua situação são severamente punidos por um dos guardas ,o qual a família perdeu muito dinheiro com um dos golpes de Dega.
Ambos são enviados para a área de trabalho forçado e Pappilon tenta a sua primeira fuga que termina em fracasso e Papillon é preso novamente levado a solitária onde fica por dois anos. Dega tenta ajudá-lo na alimentação enviando cocos escondido dos policiais, mas é descoberto e Papillon têm sua ração alimentar diária diminuída pela metade, mas não entrega seu amigo Dega. Uma vez terminado esse período Pappilon está novamente pronto para fuga. Dessa vez elabora um plano mais eficaz e leva Dega e outro prisioneiro com ele.
Durante a tentativa Dega sofre uma queda na fuga e quase morre devido ao ferimento. Numa praia já bem distante eles aportam, mas são surpreendidos por soldados que atiram nos fugitivos. Pappilon é preso e junto com Dega voltam para Guiana e Pappilon têm uma chance de liberdade indo morar numa aldeia indígena, mas não está satisfeito e consegue fugir novamente. Foi parar num convento e enquanto dormia a Madre Superiora o denunciou e ele foi preso novamente. Desta vez foram longos cinco anos na solitária e ele sobreviveu mesmo assim.
Após a dura pena ele é levado para a Ilha do Diabo um local onde a fuga é praticamente impossível devido às correntes marítimas e ao gigantesco penhasco de pedra que forma a ilha. Pappilon se reencontra com Dega e propõe a ele um novo plano de fuga, Dega não acredita e foge dele. Dega perdeu as esperanças, pois sua esposa se casou com o seu advogado e ele perdeu tudo que tinha. Pappilon sempre persistente, não desiste e numa tentativa fantástica em que usa todo seu conhecimento de correntes marítimas consegue fugir, seu intento dizendo: Eu ainda estou vivo seus desgraçados.
Um livro ótimo. Henri Charrière era um ótimo contador de historia e após sua fuga escreveu o livro Papillon, que se transformou em filme, tendo nos papeis principais Steve McQueen (no papel de Papillon) e Dustin Hoffman (Louis Dega). Um drama real que existe além do filme, muito material a respeito deste homem, que segundo pesquisa existente, ele foi enterrado, após sua morte em Roraima, no Brasil. O livro faz por merecer todo respeito e admiração que recebeu dos críticos e de quem já teve oportunidade de ler esta obra fantástica.

Recomendo a todos.

A Metamorfose


Imaginem escrever um livro! Tarefa difícil, não? Agora, imaginem escrever um livro e torná-lo um dos mais lidos do mundo. Este feito foi conquistado por Franz Kafka,  nascido em Praga, no dia 3 de julho de 1883 foi um dos maiores escritores de ficção da língua alemã do século XX. Kafka nasceu numa família de classe média judia. O corpo de obras e suas escritas, a maioria incompletas e publicadas postumamente, destaca-se entre as mais influentes da literatura ocidental. Os seus livros mais conhecidos são “O Processo” e “A Metamorfose”, que comentarei no blog hoje.

Esta obra esta que pode ser resumida em duas partes: Na Parte A o autor conta a história de Gregor Samsa, um caixeiro viajante,  e sua transformação em uma barata e na Parte B relata o que  quis passar ao mundo com a tal obra.

Parte A: O jovem vendedor Gregor Samsa, desprezado pelos seus pais e pela sua irmã, que o tinha apenas passar pagar suas contas e nada mais, um dia acorda transformado em um inseto gigantesco. Mal pode se mover e muito menos ir para o trabalho, como pretendia. O seu chefe vai até sua casa e,  do lado de fora da porta  queixa-se do atraso e do baixo rendimento dele ultimamente. Gregor responde com uma voz que ele mal pode ouvir, dizendo que se sentirá melhor logo que saia e comece a trabalhar. Ao abrir a porta, o chefe fica horrorizado.

A família o deixa isolado no quarto e só sua irmã se preocupa em levar vários  tipos de comida, tentando adivinhar ele vai gostar mais.  Sua mãe tem medo e nem mais quer vê-lo. Uma vez deixou o quarto acidentalmente e o pai o obrigou a voltar, lançando-lhe maçãs que ficam incrustadas no corpo dele. Outra vez sai, atraído pelo violino que a irmã toca para alguns hóspedes e estes se assustam e deixam a casa, enojados.

Sua metamorfose de homem para inseto também provocou uma metamorfose da família, que até então vivia as suas custas. Tiveram que procurar uma forma de sobreviver. Seu pai consegue um emprego como continuo e sua irmã como balconista. Gregor Samsa sobrevive em seu quarto, cada vez mais afastado da natureza humana, embora ainda preocupado com o destino de sua família.

Sua família,  que vinha dando mostras de despreocupação com o seu caso, passa a desprezá-lo e abandoná-lo. A própria irmã, que tanto o havia entendido, diz que eles já toleraram bastante e que já fizeram por ele tudo o era possível e que o erro deles foi acreditar que aquela coisa continua o ser o Gregor. Este cada vez come menos, por inapetência, morre e é jogado no lixo. A família se sente livre e começa a fazer planos para casar a menina.

Parte B:  Esta parte. O autor foca a vida de  Gregor quando realmente sentiu ao parecer um inseto, uma barata,  com sua genialidade, consegue mostrar como é o sofrimento de um homem ao perceber que ele não passa de um pagador de contas para a família, ou seja, que não há carinho algum para com ele,  mesmo se esforçando para fazer tudo para a familia. É este  sentimento de desprezo que o faz se sentir um inseto nojento e peçonhento, que se repete em milhares de lares.



Infelizmente, uma roda viva!



Um livro espetacular.



Recomendo a todos.

Estação Carandiru


Dráuzio Varella, médico cancerologista paulista, iniciou em 1989 um trabalho voluntário de prevenção à AIDS na Casa de Detenção de São Paulo, na época, o maior presídio do Brasil, situado no bairro do Carandiru e que abrigava mais de 7200 presos. O conjunto presidiário era formado por nove pavilhões, cada um com cinco andares. Suas celas tinham portas maciças e só se sabia o que passava atrás delas quando as abria.
Por sua experiência vivida neste local como médico, ele escreveu um grande sucesso editorial brasileiro “Estação Carandiru”. Neste livro, o autor relata suas experiências pessoais, fruto do relacionamento com presos e funcionários e se dispõe a tratar com as pessoas caso a caso, mesmo em condições nada propícias à manifestação das individualidades.
Dráuzio Varella descreve no livro mais os aspectos sociológicos do que os propriamente ligados à área médica. Seu trabalho de pesquisa de prevenção à AIDS deu–lhe a oportunidade de conhecer um lugar povoado de maldade onde não se conhece, muitas vezes, a verdade. A vida dentro da Penitenciária do Carandiru caracteriza–se como um mundo diferente, dentro do mundo ocupado pelos cidadãos livres.
Ali existiam normas que deviam ser cumpridas por força da segurança e da lei, entre outras formuladas pelos presidiários, que exigiam que fossem cumpridas. Qualquer descumprimento com as regras eram castigadas com espancamentos e dependendo do caso, até com a pena de morte. Os prisioneiros eram ao mesmo tempo seus próprios juízes e algozes tendo como base as leis por eles mesmos estabelecidas.
Cada pavilhão tinha sua clientela especifica. O critério da distribuição obedecia às regras básicas. Por exemplo, quem praticava o estupro era encaminhado para o Pavilhão Cinco, os reincidentes no oito e os réus primários no Pavilhão Nove. Os presos com diploma universitários, que eram raros, moravam em celas individuais no Pavilhão Quatro, que era o local com mais privilégios dentro daquele enorme complexo prisional..
O pavilhão cinco era o mais lotado da cadeia. Moravam ali 1.600 homens, o triplo do que era recomendado para uma cadeia inteira. Ali habitavam os presos integrantes da faxina da penitenciaria. Eram os encarregados da limpeza geral e da distribuição de refeições. No quarto andar ficavam os presos que foram expulsos dos outros pavilhões devido a maus procedimentos ou derrota em disputas pessoais, além de outros estupradores e justiceiros. O que mais chamava atenção neste andar era a presença dos travestis com as maçãs do rosto infladas de silicone, calças agarradas e andar rebolado.
O livro retrata ainda em detalhes um dos episódios mais violentos do Governo do Estado de São Paulo, quando o Governado Fleury, autoriza a invasão do presídio por tropas policiais e este episódio triste da historia fico conhecido como O Massacre do Carandiru.
Numa sexta feira, do mês de outubro de 1992, começou uma rebelião no Pavilhão Nove. As quinze horas deste dia, policiais entraram na Detenção com metralhadoras, cães e escopetas. O Governador Fleury Filho qualificou a operação como uma ação policial para combater briga de quadrilhas. Nesta operação, de uma forma cruel, cento e onze detentos foram mortos pela Policia.
O ambiente na cadeia é como uma panela de pressão, quando explode é impossível conter. O ataque foi desfechado com precisão militar, rápido e letal. A violência da ação não deu chance de defesa para os presos. Trinta minutos depois da invasão ouviram-se gritos de “Para! Já chega! Acabou!” Uma, após outra, as metralhadoras foram silenciando. Após os tiros caiu um silencio de morte nas galerias. Os carros da polícia e do IML transportaram os mortos, até tarde da noite. Nas celas o ambiente era trágico. Dadá, um preso evangélico que sobreviveu ao massacre abriu a Bíblia e leu chorando como criança com o trecho: “Mil cairão ao teu lado e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido, nada chegará à tua tenda” Salmo 91
Sem qualquer condição de cumprir sua função social, o completo da Penitenciaria do Carandiru, que foi construído para abrigar 3500 presos, chegou a abrigar mais de 9000 detentos. O local era imagem vergonhosa da grave crise do sistema prisional em São Paulo. Era impossível continuar como estava e decisões governamentais foram tomadas. Novas penitenciarias foram construídas no Interior do Estado, a população carcerária foi dividida entre as novas unidades e aquele inferno localizado praticamente no centro da maior cidade do Brasil, foi finalmente desativado.
Parte da construção foi implodido em 2002. Apenas alguns prédios foram deixados para a administração publica, senão com este objetivo, mas como uma lembrança de um momento para ser esquecido pelo povo paulistano.
O sucesso do livro “Estação Carandiru” foi tanto que sua historia foi retratada no cinema, com o filme que teve o mesmo nome, que é até hoje, um dos maiores feitos do cinema brasileiro.

Simplesmente uma obra extraordinária.

Capitães de Areia


"Capitães de Areia" um dos clássicos da literatura brasileira, de  Jorge Amado, um dos escritores mais influentes na história literária do Brasil, no século XX.
Este romance  mostra como vive a população realmente pobre na Bahia.  Jorge Amado para  transmitir  esta idéia deu vida a um grupo de garotos, os "Capitães de Areia", uma pequena 'tribo'  composta inicialmente por quatro integrantes: Pedro Bala, o líder desse grupo. Ele tinha cicatriz de navalha que atravessava todo seu rosto e era uma prova de sua coragem; Pirulito, era o que  representava a religiosidade de todos e para tanto, rezava todas as noites  para que Deus o  livrasse  de todos seus pecados; Professor, o  unico letrado do grupo e  o mais sensato nas decisões; e finalmente o Gato, o sedutor do grupo, que ganhou o apelido pela facilidade de conquistar as pessoas.
O grupo era procurados pela Policia Baiana,  que por não ter o que  comer, vestir, beber, entre outras coisas, tinham que roubar carteiras, dar golpes em pessoas mais bem sucedidas. Viviam na marginalidade o bando  dos Capitães de Areia e de seu líder Pedro Bala.

Ninguém gostava do jeito de ser destes garotos, mas Dora gostava muito. Dora era uma garota capaz de qualquer negócio para fazer parte do grupo. Pedro Bala já tinha novos integrantes no grupo, como João Grande, Boa-Vida e Sem Pernas, mas não aceitava a presença de mulher no grupo, pois considerava as mulheres inferiores aos homens. Dora, que não aceitava esta condição, com toda garra começou a mostrar ao chefe do grupo que tinha capacidade de ser a única mulher do Capitães de Areia e acabou sendo aceita.

 O novo grupo, agora mais com a entrada dos novos iria sofrer com a prisão Pedro Bala. Esta nova situação levou Dora, que era apaixonada por Pedro, acaba sendo internada num hospital. Pedroconsegue fugir da prisão e vai atrás de sua paixão Dora. Encontra-a hospitalizada e estava em estado febril e bem debilitada, mas ao ver Pedro levantou-se de imediato, como se o mau estar tivesse acabado. Esta felicidade durou pouco, pois horas depois Dora não resiste a doença e morre.

 E desta maneira Jorge Amado, com seu talento maravilhoso, vai acabando com o grupo Capitães de Areia. O tempo foi passando e os garotos da gangue foram tomando juizo e resolvem estudar e ser alguém na vida que teriam pela frente. O romance é fantastico e os personagens são inesquecives. Se você ainda não teve oportunidade de ler este livro, procure faze-lo e você vai se apaixonar pelo enredo criado pelo autor. Quando terminar a leitura, você, como eu,vai sentir saudades de Pedro Bala, Dora e toda a turma dos Capitães de Areia.

A Face da Guerra


"A Face da Guerra" reúne em um único volume, os textos da jornalista norte-americana Martha Gellhorn, que ao longo de quase cinqüenta anos cobriu desde a Guerra da Espanha até os distúrbios do final da década de 1980 na América Central, passando pela Segunda Guerra Mundial e pela Guerra do Vietnã.

No livro, Martha faz um relato jornalístico, no qual ela explica que a Guerra Civil espanhola foi o acontecimento mais traumático que ocorreu antes da 2ª Guerra Mundial.  Nela estiveram presentes todos os elementos militares e ideológicos que marcaram o século XX.

De um lado se posicionaram as forças do Nacionalismo e do Fascismo, aliadas as classes e instituições tradicionais da Espanha e do outro lado, a Frente Popular que formava o Governo Republicano, representando os sindicatos, os partidos de esquerda e os partidários da democracia.

Para a Direita espanhola tratava-se de uma Cruzada para livrar o país da influência comunista e da Franco Maçonaria e restabelecer os valores da Espanha tradicional, autoritária e católica. Para tanto era preciso destruir, acabar com a República, que havia sido proclamada em 1931, com a queda da Monarquia.

Para a Esquerda era preciso dar um basta ao avanço do Fascismo que já havia conquistado Itália, em 1922; a Alemanha, em 1933 e a Áustria, em 1934. Segundo as decisões da Internacional Comunista, de 1935, elas deveriam aproximar-se dos partidos democráticos de classe média e formarem uma Frente Popular para enfrentar a maré de vitorias nazi-fascista. Desta forma, Socialistas, Comunistas, Anarquistas e Democratas liberais deveriam unir-se para chegar e inverter a tendência mundial favorável aos regimes direitistas.

Foi justamente esse conteúdo, de amplo enfrentamento ideológico, que fez com que a Guerra Civil deixasse de ser um acontecimento puramente espanhol para tornar-se numa prova de força entre forças que disputavam a hegemonia do mundo. Nela envolveram-se a Alemanha nazista e a Itália fascista, que apoiaram o golpe do Gen. Franco e a União Soviética que se tornou solidária com o governo Republicano.

Durante a narrativa de “ A Face da Guerra”, a autora faz um resumo do que foi a Guerra do Vietnã, mas deixa bem claro o que foi e porque ocorreu. Esta guerra começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja e esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria entre União Soviética e Estados Unidos.

A relação entre o Vietnã do Norte e do Sul, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, soldados vietcongues, guerrilheiros comunistas, com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram uma base norte-americana no Vietnã do Sul e em função deste ataque, deu-se inicio a Guerra do Vietnã, onde, apesar de todo seu poderio, o Exercito Americano foi derrotado.

Um livro sobre guerra sempre empolga os leitores, mas este livro é acima de tudo, imperdível por trazer a tona, um período da humanidade que deveria nunca mais acontecer. É através da historia, dos erros do passado que o homem poderá acertar o futuro.
Um livro fantástico.

Recomendo a todos.

O Apanhador no Campo de Centeio


Este romance escrito por J. D. Salinger conta a história de Holden Caulfield, um adolescente comum, divertido, covarde e deprimido, que não tem nada de especial. O escritor narra em um ritmo dinâmico, direto, saltando de um assunto para o outro como se fossem os pensamentos de Holden.  Ele tem uma irmã mais nova, Phoebe, a quem venera; um irmão mais velho, D. B., que é um roteirista em Hollywood, com que não se dá muito bem  e um irmão mais novo, Allie, que morreu de leucemia; seus pais com quem não consegue se entender bem e vários amigos. Entretanto, está constantemente se sentindo só, deprimido e carente de alguém que o entenda.
O livro conta um fim de semana na vida de Holden, um jovem de dezessete anos, vindo de uma família abastada de Nova Iorque.  Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, o Colégio Pencey, volta para casa mais cedo no inverno, depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso da escola.
Resolve passar um fim de semana vagando por  Nova York, na tentativa de adiar o encontro com os seus pais e a inevitável discussão sobre sua expulsão. Holden vive uma série de experiências e encontros que o deixam cada vez mais frustrado, pois acha que todos são falsos.
Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si, como um professor, uma antiga namorada, sua irmãzinha, e, junto a eles, tenta explicar e inclusive entender a confusão que passa pela sua cabeça. Holden também queria proteger a irmã e a inocência que ela representa de um mundo tão assustador e evitar que se torne uma adulta falsa.
Enquanto Holden esperava a coragem para conversar com seus pais, se transcorrem 03 dias e ele passa este tempo na cidade num constante estado de  grande bebedeira e solidão. Em certo ponto ele acaba em um museu, no qual ele assemelha sua vida com a dos esquimós nas vitrines. De até onde ele se recorda, as estátuas nunca mudaram. Tais preocupações podem ter se originado em grande parte devido à morte de seu irmão, Allie.
Holden acredita que ser um “apanhador no campo de centeio” significa salvar as crianças contra a perda de sua inocência. Ele conta esta fantasia para sua irmã mais nova, Phoebe, que é a única pessoa com a qual Holden consegue se comunicar. Phoebe vê seu irmão como um herói, e ela é ingenuamente desconhecedora de que a visão de Holden dela é praticamente a mesma.
Nesta fantasia de Holden ele se imagina como o único guardião de inúmeras crianças correndo e brincando em um pequeno campo de centeio na beira de um precipício. Este precipício simboliza a transição da criança, inocência, para a vida adulta, falsidade. Seu trabalho é pegar as crianças se elas vagarem perto da beira, ele é o “apanhador no campo de centeio”. Por causa dessa má interpretação,
Somente no final do livro que vamos descobrir que Holden está internado em hospital para doentes mentais. Se você for um adolescente, ou estiver em busca da sua identidade com certeza vai se identificar com muitas características deste jovem, pois acredito que muitas de suas dúvidas e inseguranças são descritas com muita sensibilidade pelo escritor.

Livro extraordinário.

Recomendo a todos.

Gomorra


Roberto Saviano nasceu em 22 de setembro de 1979, na cidade de Nápoles, Itália. Formou-se em jornalismo e escreveu vários livros, entre eles o livro Gomorra, que documenta a atuação das máfias italianas e sua relação com as instituições do país. Com a publicação desta obra, que se tornou um best-seller em todo o mundo, Saviano foi jurado de morte pela Máfia Italiana ou como é conhecida Camorra, uma das máfias mais sangrentas e lucrativas do mundo  e  foi obrigado a deixar sua terra natal e esteve a ponto de abandonar a Itália no final de 2008.
De acordo com a história e com a Bíblia judaico-cristã, Gomorra foi uma das cidades destruídas pela ira de Deus com fogo e enxofre descido do Céu, a outra foi Sodoma. Ainda, segundo o relato bíblico, a cidade e seus habitantes foram destruídos por Deus devido à prática de atos imorais.
Na obra de Roberto Saviano, ele transcreve nos mínimos detalhes cada passo da máfia napolitana, que é considerada uma das mais sangrentas de todo o mundo que rouba, destrói, ou até mesmo tira a vida de qualquer um sem piedade.
Ninguém escapa das garras destes criminosos, agentes governamentais, pessoas comuns, negociantes, membros do Poder Judiciário, políticos e integrantes do clero da Igreja Católica, todos são vítimas potenciais da Máfia napolitana, assassinados ou aliciados por ela.
Navios não cessam de depositar no porto de Nápoles produtos de todo gênero, procedentes do próprio território italiano e também de outras regiões européias – restos de substâncias químicas, elementos considerados venenosos e, surpreendentemente, corpos humanos. Tudo aí desembarca ilegalmente. Destes recipientes de carga ao universo da moda dos altos círculos, Saviano vai desvendando o mistério desta organização letal, revelando como ela se infiltra nos lugares e setores mais remotos, dentro e fora do país, gerando no território italiano uma situação insustentável quando eleva ao topo o nível de criminalidade no continente europeu.
A Camorra atua tanto em planos menos significativos, como a transação de produtos piratas nos mercados de camelôs e a corrupção no campo do comércio do lixo, quanto nas esferas requintadas do mundo fashion e da arte, alcançando também o universo do tráfico mundial de drogas. Toda esta movimentação tem como cenário as maiores metrópoles do Planeta, de um extremo a outro, do Leste da Europa à América do Norte, da região chinesa ao Brasil.
Não deixem de conhecer esta obra. Gomorra é um livro fundamental para decifrar a mecânica do crime organizado e que ajuda a entender as entranhas do capitalismo global. Vale a pena mesmo!

Recomendo.

HITLER, UMA BIOGRAFIA


Em “Hitler” o autor Ian Kershaw retrata a vida do maior ditador da historia mundial, Adolf Hitler, um austríaco que após sofrer muito em sua infância e adolescência, torna-se um garoto rebelde, deixando assim seu nome gravado na história alemã e mundial.
Adolf Hitler morava numa pequena localidade perto de Linz, na Alta Austria, próximo da fronteira alemã. O seu pai, Alois Hitler que nascera como filho ilegítimo, era funcionário da alfândega. Até aos seus quarenta anos, o pai de Hitler, Alois, usou o sobrenome da sua mãe, Schicklgruber. Em 1876, passou a empregar o nome do seu pai adotivo, Johann Georg Hiedler, cujo nome terá sido alterado para "Hitler" por erro de um escrivão.
Adolf Hitler chegou a ser acusado, depois, por inimigos políticos, de não ser um Hitler mas sim um Schicklgruber. A própria propaganda dos aliados fez uso desta acusação ao lançar vários panfletos sobre diversas cidades alemãs com a frase "Heil Schicklgruber" - ainda que estivesse relacionado, de fato, aos Hiedler por parte da sua mãe.
A mãe de Hitler, Klara Hitler prima em segundo grau do seu pai. Este a trouxera para sua casa para tomar conta dos seus filhos, enquanto a sua outra mulher, doente e prestes a morrer, era cuidada por outra pessoa. Depois da morte desta, Alois casou-se, pela terceira vez, com Klara, depois de ter esperado meses por uma permissão especial da Igreja Católica, concedida exatamente quando Klara já se mostrava visivelmente grávida. No total, Klara teve seis filhos de Alois. No entanto, apenas Adolf, o quarto, e sua irmã mais nova, Paula, sobreviveram à infância.
Hitler teve pouco rendimento na escola e não recebeu o certificado, interrompendo os estudos aos 16 anos, em 1905. Por dois anos viveu ocioso em Linz. Após a morte da mãe, Klara Hitler, em 1908, ainda vivia de pequeno rendimento, com o qual se manteve em Viena. Desejava ser estudante de arte, mas falhou duas vezes que tentou entra para a Academia de Artes. Por alguns anos viveu só e isolado, conseguindo uma pequena renda com a pintura de cartões postais e anúncios, e vagando de um abrigo municipal para outro.
Em 1913 Hitler mudou para Munique. Foi chamado temporariamente à Áustria para ser examinado para o exército e foi rejeitado como incapaz, mas quando começou a guerra de 1914, apresentou-se como voluntário do exército alemão. Serviu durante a guerra, foi ferido em 1916 e envenenado por gás dois anos depois. Por bravura em ação foi duas vezes condecorado com a cruz de ferro, uma condecoração rara para um cabo. Com alta do hospital após a derrota alemã, ficou alistado no seu regimento e designado como agente político, juntou-se ao pequeno Partido dos Trabalhadores Alemães em Munique. O partido era pequeno, comprometido com um programa de princípios socialistas, de liderança dividida, e tinha apenas 53 membros quando Hitler juntou-se a ele.
No primeiro momento Hitler não foi muito bem aceito. Porém, conscientes de que o futuro do partido dependia do seu poder de organizar a publicidade para conseguir fundos, os dirigentes deram-lhe a presidência com poderes ilimitados em julho de 1921. Desde logo ele decidiu criar um movimento de massas.
Movimento este de encontro de antigos e insatisfeitos soldados do exercito alemão, relutantes de retornar a vida civil, e por agitadores políticos empenhados no tradicional separatismo ou em protestos contra o governo republicado de Berlim. Visando esse público, Hitler engajou-se em uma incansável propaganda através do jornal do partido. Assim Hitler começa a mostrar todo seu poder de liderança e sua autoridade diante de todos.
Então Hitler começou a construir o partido Nazista uma figura importante era Ernest Röhm que, além de membro do novo Partido, fazia parte do comando distrital do exercito, e era responsável por garantir a proteção do governo da Baviera, o qual, porque dependia do exército local para a manutenção da ordem, tacitamente aceitava suas violações da lei e sua política de intimidação. Röhm foi de grande ajuda. Foi ele quem recrutou as esquadras, o chamado "braço forte", utilizadas por Hitler para proteger os comícios do partido, atacar os socialistas e os comunistas. Em 1921 estas foram formalmente organizadas sob as ordens de Röhm em um exército privado do partido.
O principal fator desse rápido crescimento do partido nazista na Bavária veio com a tentativa de golpe para tomada do poder, o atentado de Munique, quando Hitler e o general Erich Luderndorff tentaram forçar o comando do exército a proclamar uma revolução nacional. Quando levado a julgamento Hitler tirou vantagem da imensa publicidade que o acontecimento lhe deu.
Vantagem esta que o fez assumir o controle da Alemanha, no momento da “Grande Depressão” que foi uma grande depressão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX.
Após assumir o controle em 1934 Hitler criou o Terceiro Reich, império alemão, se consolidando Fuhrer, líder na língua alemã.
Sua primeira medida como ditador foi a execução de milhares de judeus, comunistas, homossexuais, negros e outros nos campos de concentração. Esse episódio ficou conhecido como “Holocausto”.
Um nome fundamental no surgimento do nazismo foi Joseph Goebbels. Hábil orador, cineasta e agitador, Goebbels foi nomeado ministro da propaganda nazista. Além de censurar os veículos de imprensa, Goebbels fazia filmes que alienavam a população, com promessas de um mundo melhor, com a supremacia ariana. Controlava o rádio, a televisão e os jornais, divulgando seus filmes e discursos a favor do partido Nazista.
Em 1939, teve início a Segunda Grande Guerra. Hitler, colérico, enviou toda a tropa alemã. Depois de inúmeras derrotas, o exército alemão tentou a última cartada: em junho de 1941 invadiu a União Soviética. Apesar das vitórias iniciais, Hitler não contava com o rigoroso inverno e suas tropas foram surpreendidas, ficando cercadas por tropas russas. Sem comida, sem água e enfrentando um forte frio, o exército alemão foi derrotado. Hitler, cercado pelo exército vermelho, em seu bunker, seu esconderijo militar, suicidou-se com um tiro na cabeça.

Um livro fantástico. Uma biografia sem comparação.

Recomendo a todos.

O HOMEM QUE QUERIA SALVAR O MUNDO


" O Homem que Queria Salvar o Mundo”, relata a história de Sergio Vieira de Mello, um dos mais carismáticos diplomatas brasileiro de sua época, que viveu e morreu servindo o País em várias partes do mundo.
Este livro foi escrito por Samantha Power, jornalista e professora de relações internacionais da Universidade de Harvard, hoje uma das maiores autoridades nos assuntos. Parte de sua grande experiência foi adquirida como assessora de política internacional do então senador americano Barack Obama, no período de 2005 a 2008.
O livro é praticamente uma biografia de Sergio Vieira de Mello, que nasceu em 15 de março de 1948, no Rio de Janeiro. Punido pelo regime militar, seu pai foi obrigado a se mudar com a família para o exterior e com isso, Sergio ingressou cedo na carreira diplomática, seguindo a profissão de seu pai, aos 21 anos, Mello começou a atuar na ONU - Organização das Nações Unidas , conciliando o seu trabalho com os estudos de filosofia na Universidade de Paris, onde morava.
Na ONU, o brasileiro atuou no setor para refugiados, em Genebra, e serviu em operações humanitárias e de paz por regiões onde havia conflitos e guerras como em Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique e Peru. Hábil negociador Mello se destacou na suas atividades e em 1981, foi nomeado para o cargo de Conselheiro Político Sênior das forças da ONU, no Líbano.
Depois disso, ocupou diversas funções importantes na instituição, como a de diretor de departamento regional para Ásia e Oceania, enviado especial do Alto Comissário ao Camboja e coordenador humanitário da ONU na região dos Grandes Lagos, na África.
Em 1996, Mello foi nomeado Assistente do Alto Comissário da ONU para refugiados e, dois anos depois, assumiu em Nova Iorque o cargo de Subsecretário Geral para Casos Humanitários e Coordenador de Emergência. Em Kosovo, assumiu temporariamente a função de representante geral do Secretário-Geral da ONU. Quando atuou no Timor Leste, Mello ocupou o cargo de
Administrador Transitório da ONU, tendo como maior feito, o encaminhamento que levou o Pais à Independência e à realização de eleições livres.
Em 12 de setembro de 2002, atingiu seu auge na questão de Direitos Humanos da ONU, quando foi nomeado para o cargo de Alto Comissário de Direitos Humanos da ONU, permanecendo nesta função até 2006. Na seqüência, no mesmo ano, assumiu como representante especial do Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, para o Iraque, onde ficou apenas 4 meses. Sua missão era restabelecer a tranqüilidade e ajudar o País a construir um governo democrático no pós-guerra.
Sergio Vieira de Mello teve sua capacidade comprovado pelos diversos cargos de grande importância que ocupou na ONU em diversas partes do mundo, e já se previa no futuro, a possibilidade de vir a ser o Secretário Geral, um dos cargos com mais poder no mundo, mas sua missão foi interrompida após a explosão de um carro-bomba estacionado em frente ao hotel que servia de sede provisória da ONU no país. Neste ataque terrorista, o mais violento ataque realizado contra uma missão civil da ONU até aquela época, alem do Sergio Vieira, outros 21 funcionários foram mortos e cerca de 150 pessoas ficaram feridas. Este ataque foi atribuído pelo Estados Unidos à rede Al Qaeda, de Osama Bin Laden. Após o ataque houve a retirada dos funcionários estrangeiros da ONU no território iraquiano.
O corpo do diplomata foi enterrado no cemitério de Plainpalais, em Genebra. Alguns meses após o atentado, a ONU realizou uma homenagem póstuma, entregando o Prêmio de Direitos Humanos das Nações Unidas àquele que foi um dos mais importantes diplomatas do Brasil e da entidade.  Na vida pessoal, Sergio era separado de sua esposa Annie, com quem teve dois filhos Laurent e Adrian.
Um livro fantástico! Sergio Vieira de Mello foi um exemplo do que é ser brasileiro.

Recomendo a todos.

SAGARANA


Guimarães Rosa é um dos meus autores prediletos, um dos melhores escritores brasileiro de todos os tempos. Ele publicou inúmeras obras, todas sensacionais e hoje vou escrever sobre “Sagarana”, um livro muito interessante, que possui nove contos, que citarei mais abaixo. Grande contador de historias, João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, cidade mineira em 27 de junho de 1908 e foi o primeiro dos seis filhos de D. Francisca, Chiquitinha, Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" comerciante, juiz de paz, caçador de onças e contador de histórias.
O BURRINHO PEDRÊS Esta é a historia de Sete de Ouros, um burrinho decrépito que já fora bom e útil para seus vários donos. Esquecido na fazenda do Major Saulo, tem o azar de ser avistado numa travessia pelo dono da fazenda, que o escala para ajudar no transporte do gado. Na travessia do Córrego da Fome, todos os cavalos e vaqueiros morrem, exceto dois: Francolim e Badu; que conseguem se salvar, um montado e outro agarrado ao rabo do Burrinho Sete de Ouros.
A VOLTA DO MARIDO PRÓDIGO
Outro conto do livro é sobre Lalino, um típico malandro que não aprecia o trabalho, apenas a boa vida. Abandona o serviço na estrada de ferro e vai para o Rio de Janeiro, largando sua mulher, Maria Rita, a Ritinha, na região. No seu retorno, a encontra casada com o espanhol Ramiro. Lalino torna-se cabo eleitoral do Major Anacleto, que, graças a ele, ganha a eleição. Laio, como também é conhecido, reconcilia-se com Maria Rita no fim do conto.
SARAPALHA
Esta é a  história de dois primos, Ribeiro e Argemiro, que foram contaminados pela malária que se espalhou no vau de Sarapalha. Os dois primos estão solitários na região, já que parte da população morrera e os demais fugiram, entre os quais a mulher de Ribeiro, Luísa. O primo Argemiro, imaginando que não sobreviveria à doença e querendo ter a consciência tranqüila na hora da morte, confessa o interesse pela esposa do Ribeiro.  Esta confissão não agradou ao primo Ribeiro, reage à confissão de forma agressiva e expulsa Argemiro de suas terras, sem nenhuma complacência.
DUELO
Turíbio flagra sua mulher, Silvana, com o ex-militar Cassiano Gomes. Turíbio, com o intuito de vingar sua honra, confunde-se e acaba matando o irmão de Cassiano Gomes.  Desesperado, Turíbio foge para o sertão e é perseguido pelo ex-militar. Nessa disputa, os dois alternam os papéis de caça e de caçador. Cassiano adoece e, antes de morrer, ajuda um capiau chamado Vinte e  Um, que passava por dificuldades financeiras e em troca pede para ele vingue a morte de seu irmão. Turíbio, ao saber da morte de Cassiano volta para casa e é surpreendido por Vinte e  Um, que o executa para vingar seu benfeitor.
MINHA GENTE Conta a história de Emilio, que é apaixonado por sua prima Maria, além de o problema de serem primos, Maria não corresponde ao amor de Emilio, pois ela amava Armando, então ele no intuito de fazê-la sentir ciúmes finge estar namorando com outra mulher.O autor desenrola neste conto, uma situação bastante presente nos dias atuais. O amor não correspondido.
SÃO MARCOS
Este conto é sobre José, um homem supersticioso, mas que mesmo assim zomba dos feiticeiros do Calango-Frito, em especial de João Mangolô. Izé, como é conhecido, recita por gozação a Oração de São Marcos para Aurísio Manquitola, que lhe custou uma dura repreensão por banalizar uma prece tão poderosa.
Certo dia, caminhando no mato, Izé fica subitamente cego e passa a se orientar por cheiros e ruídos. Perdido e desesperado recita novamente a Oração de São Marcos. Guiando-se pela audição e pelo olfato, descobre o caminho certo: a cafua de João Mangolô. Lá, tenta estrangular o feiticeiro e, ao retomar a visão, percebe que o negro havia colocado uma venda nos olhos de um retrato seu para vingar-se das constantes zombarias.
CORPO FECHADO
O conto agora é sobre Manuel Fulô, um contador de histórias que se faz de valente, e é dono de uma mula cobiçada pelo feiticeiro Antonico das Pedras-Águas. Este, por sua vez, tem uma sela desejada por Manuel. Enquanto o Manuel se gaba de sua invejada valentia, o verdadeiro valentão do pedaço, Targino, aparece e anuncia que dormirá com a noiva de Manuel.   Desesperado, Manuel, o desafia para um duelo.  O feiticeiro visita Manuel Fulô e promete fechar-lhe o corpo, em troca da mula. Após o trato, há o duelo, o feitiço parece funcionar e Manuel vence a batalha e perde a mula.
CONVERSA DE BOIS
Guimaraes Rosa nos conta a viagem de um carro de bois, com oito animais, que leva uma carga de rapadura e um defunto. À frente vai Tiãozinho, o guia, lamentando a morte de seu pai, ali transportado. Tiãozinho que se tornara, após a morte de seu pai, dependente de Agenor Soronho, o dono da boiada. Homem cruel maltratava o menino e havia transado com a mãe de Tiãozinho, durante a doença do pai.  Os maus tratos com o menino são tantos que os bois comentam entre si as atitudes do carreiro Agenor. Para exibir seus talentos como carreiro, obriga, de forma cruel, os bois a superar a ladeira onde a carroça de João Bala havia tombado. Superado o obstáculo, os bois, furiosos, aproveitam-se do cochilo de Agenor e puxam bruscamente a carroça, matando seu algoz.
A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA Augusto Esteves Matraga, um poderoso fazendeiro da região, impunha um modo ditatorial no vilarejo em que vivia. Com a morte de seu pai e com a vida desregrada que levava perdeu todos os bens, sendo uma parte para seu inimigo, Major Consilva que, no passado também fora inimigo de seu avô Matraga. Indignado com a situação, Augusto Esteves vai à casa do Major Consilva, que o aprisiona e manda que seus capangas o marquem a ferro e o matem. Augusto depois de ser espancado e marcado a ferro no glúteo se joga em um em um rio para se livrar da morte. Julgando-o morto, sua A sua mulher, Dinorá e sua filha também vão morar com Ovídio Moura.
Um casal de negros encontra Augusto moribundo e cuidam de seus ferimentos físicos e espirituais. Augusto decide abandonar a antiga vida e muda-se, com o casal, para o único chão de terra que restara de sua herança. Em Tombador, torna-se um homem de bem, trabalhador e honesto.
Quando um jagunço conhecido e temido do sertão, Joãozinho Bem-Bem, aparece na região, os dois se tornam amigos. Mas a Augusto e o jagunço se desentendem e pressentindo que chegara sua “hora e vez”, Augusto decide sair de Tombador e acaba encontrando Joãozinho Bem-Bem que estava no local para executar, por vingança, uma família da região. Augusto intervém, pedindo que o jagunço desista da execução, mas ele recebe a atitude do amigo como uma afronta e em um duelo, ambos morrem.
Um livro fantástico, que demonstra ao leitor contos, que se lidos com atenção, uma mensagem para toda a vida.
Recomendo a todos.

Meu Nome é Vermelho


“Meu Nome é Vermelho” do autor Orhan Pamuk, ganhador do Premio  Nobel de Literatura de 2006, revela a vida do final do século XVI na Turquia. Mesclando narradores a cada capitulo, Orhan Pamuk, demonstra todo seu talento de persuasão e entendimento sobre o assunto que se propõe a tratar, ao fazer toda a trama dos personagens sobre sua terra natal, Istambul.
O livro retrata a historia de uma arte que hoje praticamente não existe mais, ou é muito rara, que é o iluminista, extraordinários artistas que retratavam em figuras pintadas a mão, trabalhos ricos em detalhes. Os livros escritos e ilustrados por estes profissionais podem ser encontrados em grandes bibliotecas ou em fotos pela internet. Um trabalho grandioso.
A historia do livro  inicia com uma viagem até Istambul, do século XVI onde  a cidade estava em festa, pois comemoravam o primeiro século de Hergira, cerimônia esta que celebra a partida do profeta Maomé e seus seguidores da cidade de Meca para Yatrib  no ano 622 da Era Cristã.
Para comemorar este evento grandioso, o sultão encomendou que fosse escrito e desenhado um livro que pudesse representar a riqueza e o poder do Império Otomano, que passava o seu melhor momento.  Para realizar esta obra são convidados os mais renomados pintores miniaturistas da época.
O objetivo do sultão era  os pintores miniaturistas  fazerem as iluminuras com técnicas ocidentais, na qual transparecesse o modo de florescimento da pintura renascentista. Esta forma de editar o livro afrontava diretamente os princípios islâmicos e daí inicia o desenrolar deste grande romance.
Um iluminista da corte aparece morto no fundo de um poço e dai inicia-se uma historia não só de mistério, mas também uma história de amor.  A narrativa desenrola-se em torno das investigações deste homicídio, contada alternadamente por diferentes personagens, a maioria humanas, mas também por animais e objetos. Um romance exótico onde se espelha a tensão entre Ocidente e Oriente. Quem seria o responsavel pelo crime?
Todos suspeitavam dos islâmicos, mas ninguém podia afirmar ou será que foi alguma rivalidade profissional? Crime passional?’ Ninguém sabia.Esse suspense se prolonga por vários capítulos, sendo passada a narração por vários personagens.
Um dos personagens, Negro depois de ficar  doze anos de ausente,  volta a Istambul e é convocado a assumir o caso e desvendar o mistério, porém como naquela época a política era muita rígida, foi dado ao Negro apenas três dias para ele descobrir que teria sido o assassino do miniaturista. Caso conseguisse essa façanha no prazo determinado,  poderia se casar com seu único e verdadeiro amor, a bela Shekure, mas se não conseguisse seria condenado a morte.
Negro começa as investigações e o autor narra historias contados por diversos personagem, entre eles um cachorro, um cadáver, uma moeda falsa e até a cor Vermelho,  que da nome ao livro, e que seria um dos grandes aliados para o descobrimento do mistério que a tempos tirava o sono de muitas pessoas.
Vencido o prazo de  três dias, Negro  teria que contar a todos o que havia descoberto, se é que havia descoberto algo. A ansiedade e o medo tomavam conta do herói do livro, que apesar do  nervosismo e pressão que sofria, sabia quem era o assassino, mas sabia que ao revelar o nome, seria  um choque para todos.
Querem saber o final desta historia? Se eu contar aqui e agora vou criar o desinteresse em muitos, razão que sugiro a leitura do mesmo. O livro é maravilhoso.
Recomendo a todos

Papillon - o Homem Que Fugiu do Inferno

Você gosta de aventuras? A historia de Papillon é verdadeira e o que não falta é aventuras. Este livro eu encontrei num sebo já há algum ...