sexta-feira, 10 de agosto de 2018

A MENINA QUE ROUBAVA LIVRO


O período que os alemães sob a tutela de Hitler dominaram parte da Europa, milhares de historias aconteceram e milhares foram retratadas em fotos, filmes, livros. Um deles é “A Menina que Roubava Livros” de Marcus Suzak, que conta a historia de Liesel Meminger. O diferente deste livro é o fato da Morte ser a contadora da historia.
Liesel era judia e já tinha “conversado” com a Morte em outras ocasiões, quando seu irmão mais novo foi morto, quando vivenciou a morte de um piloto alemão e quando perdeu seus pais, que pereceram após um bombardeio na rua em que moravam. Após a morte dos pais, ela foi morar com um casal, Has Hubermann, seu pai adotivo de olhos cristalinos  e Rosa Hubermann, sua mãe adotiva.
Liesel era  semi analfabeta, mas por intuição ou mesmo sem perceber o que estava fazendo, por ocasião do funeral do seu irmão menor, o funcionário que estava providenciando o sepultamento, deixou cair um livro “O Manual do Coveiro”, ela o pegou e guardou para si. Já morando com a nova família, ela tinha a referencia da “mãe”, uma mulher mal educada, que usava sempre palavrões em tudo que fazia e o “pai”, um homem carinhoso e que lhe passou a ensinar a ler no livro que ela havia roubado.
Como o modelo de ensino da Alemanha na época do nazismo não era um primor, Liesel podia ser considerada uma péssima aluna e vivia sempre as turras com os professores, de quem sempre levava sonoras surras. O que realmente gostava era jogar futebol com os garotos da rua e com seu melhor amigo Rudy Steiner, com que viveu as melhores aventuras de sua vida.
A cidade de Molcking, onde morava era extremamente fanática por Hitler e periodicamente, para atender a insensatez do seu líder, eram feitas fogueiras de livros, visando acabar com o memória de ideais anti nazistas e numa destas fogueiras, Liesel consegue roubar seu segundo livro, um pouco chamuscado “O dar de ombros”
Com o avanço da guerra, a situação econômica da Alemanha foi piorando e a falta de dinheiro e de trabalho foi assolando a população. Has Hubermann, seu pai adotivo, que tocava acordeom como hobby e era pintor de paredes, por não ter se filiado ao Partido Nazista, tinha grande dificuldade em conseguir trabalho, enquanto sua mulher Rosa, ajudava  lavando roupas para as famílias mais ricas da cidade e contava com a ajuda de Liesel para as entregas. Liesel sempre fazia este trabalho em companhia de seu amigo Rudy. Ele era apaixonado por Liesel e sempre estava disposto a ajuda-la, independente da confusão ou aventura que fossem arrumar. O seu desejo era ganhar um beijo em troca e ela sempre recusava.
Certa ocasião, quando fazia uma entrega de roupas na casa do prefeito, Liesel foi surpreendida pela esposa dele, que a convidou para conhecer a biblioteca da casa e disse que poderia ler o livro que quisesse. Com o avanço da guerra e o dinheiro escasso, as pessoas começaram a cancelar os pedidos à Rosa e os Hubermann estavam na miséria.
Umas das últimas clientes de Rosa Hubermann era Ilsa, a esposa do prefeito, quando Liesel foi entregar a roupa ela deu um livro a menina e cancelou o serviço que Rosa fazia. Revoltada pela situação a menina explodiu em sua fúria e não aceitou o presente e xingou ela e o prefeito. Depois veio arrependimento e ela e seu amigo Rudy voltaram a casa do prefeito e ela subiu por uma janela e roubou o livro que havia ganhando anteriormente da biblioteca. Este procedimento se repetiu sempre que Liesel ficava angustiada.
Na época, ser judeu era ser condenado e nesta situação teve que aprender a guardar um segredo. Durante a primeira guerra, Hans foi ferido e salvo por um amigo, que agora lhe pedira para proteger seu filho Max das loucuras dos nazistas. Hans então fez o que podia significar a morte de toda sua família: esconder Max no porão de sua casa junto com as tintas que utilizava para pintar paredes. E lá ficou por muito tempo, até que teve que sair para fugir da policia nazista, mas se reencontram no final da guerra.
Neste período, Liesel fica amiga de Max que a ajudou nas leituras dos seus livros e com ele dividiu seus sonhos e pesadelos. Ninguém podia saber que Max morava ali e para a menina, agora seu mundinho se dividiam em dois, da porta da dentro onde todos ficavam apreensivos com um judeu escondido no porão e da porta para fora onde tinha seu melhor amigo Rudy e os outros moleques da pelada.
Com o inicio dos bombardeios dos aliados se aproximando da cidade. Liesel e Rudy  davam vazão as suas angustias  com o estranho hábito de roubar:  ela roubava livros enquanto Rudy era um eterno esfomeado, magro igual um graveto, ele só pensava em roubar comida da casa alheia ou plantações. Foi a leitura que salvou Liesel do bombardeio que matou seus pais adotivos Rosa e Has e seu melhor amigo Rudy. Depois de morto Rudy ganhara o tão esperado beijo da menina.
 Os ataques da guerra começaram também a atingir a Rua Himmel, onde Liesel e Rudy moravam. Sempre que eram alertados todos os moradores se dirigiam a um abrigo subterrâneo, onde o medo tomava conta de crianças e adultos. Liesel começou a ler em voz alta para todos, perpetrando nela a paixão pelos livros e pelas palavras. Foi exatamente isso que lhe salvou a vida. Numa noite, sem aviso prévio os ataques dos aliados destruíram completamente a rua que morava, enquanto ela, por acaso, se encontrava no porão escrevendo sua historia. Foi a única sobrevivente, que surpreendeu até a “Morte”, que a viu agarrada aos livros que tanto gostava.
Um livro muito bacana, com uma historia envolvente e difícil de ser resumida em poucas palavras, mas recomendo muito sua leitura.

Vale a pena.

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