terça-feira, 26 de julho de 2011

Eram os Deuses Astronautas?


Se pararmos para pensar como foram construídas as famosas Pirâmides do Egito e vários outros monumentos conhecidos mundialmente, certamente ficaremos intrigados e até confusos, pois a tecnologia utilizada, a precisão das construções comparada ao período de tempo que elas existem, é algo impressionante. Na região que as Pirâmides foram construídas não existem pedreiras, somente deserto, e as pedras utilizadas para a montagem de tão grandioso monumento, apresentam cortes precisos e cada uma delas pesa muitas toneladas. Imaginem o que foi preciso fazer para que uma obra desta fosse construída à cerca de 7.000 anos. Será que o homem que habitava aquela região já dispunha de uma tecnologia tão avançada? Ou será que tiveram uma “ajudinha” de povos de outros planetas?
Erich  Von Danikena
Erich Von Däniken coloca esta duvida em nós, o pesquisador suíço nascido na cidade de Zofingen, Erich Von Däniken, escreveu o livro “Eram os Deuses Astronautas? – Enigmas indecifrados do passado” que aborda vários acontecimentos do passado que até hoje não foram devidamente explicados pela ciência.  O livro não é uma historia de aventura, mas o autor consegue mostrar num documentário, de uma maneira intrigante, perguntas que literalmente coloca “uma pulguinha na orelha”. É impossível não concordar com o que ele afirma. Por não dar importância a fatos históricos, às vezes à verdade nos salta aos olhos e não damos a ela a devida importância.
O Castelo - Chichen Itzá - Mexico
Erich Von Däniken tentar explicar sua teoria com algumas coincidências ou algo muito bem calculado, como por exemplo: “O Castelo”, em Chichen Itzá, México, construção que harmoniza com o calendário maia. São 91 degraus em cada um dos quatro lados, totalizando, portanto, 364 degraus. Com a plataforma superior, abrangendo os quatro lados, chegamos a 365 degraus, o que equivale aos números de dias que contem em um ano. Será apenas uma mera coincidência ou algo pensado?
Pirâmide de Quéops
Outro fato intrigante são as Pirâmides de Quéops, que multiplicada sua altura por um bilhão, corresponde aproximadamente a distancia entre o Sol e a Terra e também se dividirmos a circunferência desta pirâmide pelo dobro de sua altura temos o famoso numero de Ludof, mais conhecido como PI=3, 1416... Então mais uma vez pergunto: Será apenas uma mera coincidência ou algo pensado?
Maois da Ilha de Pascoa


Ilha de Pascoa
Mas o fato que mais me deixou impressionado são os gigantescos Moais da Ilha de Páscoa, construídos por volta de 1300 d.C. Atingem até 12 metros de altura e 20 toneladas e sua criação e função ainda é um mistério. As mais de 887 estátuas contêm em si uma série de perguntas: Como um lugar tão pequeno e isolado poderia originar uma cultura capaz de obras tão espetaculares? Quem construiu os moais? Como foram transportados até o lugar onde estão situados? A Ilha é o lugar habitado mais isolado do mundo. E a autoria das estátuas mais provável se deve, ou aos incas ou aos alienígenas.  A pedra de que é feita o Moais é de alto grau de dureza, duro até para os equipamentos atuais. Na época que foram construídos não havia nenhum equipamento elétrico, somente ferramentas feitas à base de pedra ou ferro, mas também não pode se provar nada. Será que tiveram ajuda de outros povos?
Erich Von Däniken tenta decifrar estes enigmas com a teoria de que houve cruzamentos entre os extraterrestres e espécies primatas da Terra, gerando a espécie humana capaz de originar estas façanhas, mas é bom deixar claro que isto é apenas uma teoria, nenhum estudo comprova que um dia esteve extraterrestre na Terra, nem mesmo se existe extraterrestre. Não podemos deixar de pensar nesta possibilidade, pois os cálculos precisos do “Castelo” de Chichen, das Pirâmides do Egito, dos Moais da Ilha Páscoa, são fatos espetaculares.
Outras coincidências são abortadas no desenvolver do livro. Embora esta obra tenha sido lançada com enorme sucesso em 1970, um ano depois da chegada do homem na Lua, ela ainda se revela atual e digna de ser lida.
Um livro fantástico.
Recomendo a todos.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

No Bunker de Hitler

A Segunda Guerra Mundial encerrou em 1945, mas até os dias de hoje é talvez um dos assuntos que mais desperta interesse. Já publiquei varias resenhas sobre livros que focam este assunto e o campeão de visitação do blog é a Biografia de Hitler, que foi editada no dia 07 de fevereiro deste ano. Foram mais de 10.000 acessos. O numero é surpreendente, visto que meu blog não tem nenhuma divulgação. Apenas publico o que acho bacana e parece que tem muita gente lendo, o que aumenta a cada dia a minha responsabilidade.
Não é fácil fazer uma resenha de um livro, onde centenas de personagens e historias se entrelaçam para montar a idéia principal que o autor quer contar. Meu projeto visa principalmente, fazer uma resenha rápida da historia e convidar meus amigos, creio que os meus principais leitores, a lerem o livro também.
O livro que vou publicar é bem interessante de ser lido, pois ele conta em detalhes um dos grandes segredos da Segunda Guerra, que foi o Bunker que Hitler mandou construir nos Alpes, em  Berchtesgadem, cidade alemã localizada próxima a fronteira com a Áustria.
Berchtesgaden
Segundo relatos de turistas que já conheceram a região, o local é um dos cartões de visita mais bonito do mundo.
O autor deste livro, Joachim Clemens Fest, foi um historiador e escritor alemão e tornou-se conhecido ao lançar a biografia de Adolf Hitler em 1973. No livro ele conta como foi construída, a arquitetura do local, o detalhamento completo de uma grande obra e também apoiado nas anotações da ultima secretária do Fuhrer, ele relata os últimos dias do grande líder dos alemães durante a Segunda Guerra Mundial.
Planta atribuida ao local
Dada a dimensão do projeto nazista de perpetuarem no poder por 1000 anos, conforme propaganda da época, Hitler resolve mandar construir um abrigo contra ataques aéreos. Ficou conhecido na história como o” Bunker de Hitler” . Essa construção, não chegou a ser completamente finalizada,

Tunel de acesso ao bunker
As dimensões do projeto impressionam, pois o Bunker tinha cerca de 2800 metros de corredores, 4120 m2 de área construída, divididas em salas de reuniões, salas de jogos, refeitórios, dormitórios, cozinhas, depósitos, adegas.  Hitler dirigiu o Império Alemão a partir deste local nos últimos meses que antecederam o final dos combates.

Chegado dos soldados ao bunker
O Bunker de Hitler, embora fosse uma construção subterrânea, era bem ventilado e foi morada, além do Fuhrer, de vários dirigentes do Partido Nazista com seus familiares, transformando o local em centro de decisão político-militar.  Lá, naquele local, também foi montado um hospital militar e uma ala para realizar a proteção de desabrigados e mulheres gestantes.

Em 30 de abril de 1945, já sabendo que não conseguiria deter o avanço dos Aliados, e com os Russos já dominando a região onde ele estava instalado, Hitler convoca uma reunião com seus comandados mais próximos e durante o almoço com os mesmos, ele agradece a luta e o empenho de cada um no projeto nazista de dominar o mundo e se despede de todos, recolhendo-se em seguida aos seus aposentos com sua esposa Eva Braun.  Minutos depois se ouve o barulho de tiro e os militares nazistas quando invadem o dormitório do seu líder o encontram com a cabeça estraçalhada caído ao lado da esposa, que também cometera suicídio ingerindo uma poção de cianureto.
Hitler e Eva Braun
 A Historia conta que os corpos foram retirados do local e incinerados e esta é a verdade que prevaleceu até os dias de hoje. Já sabendo da represália de serem capturados pelo Exercito Russo, outros lideres do Governo Nazista também cometeram suicídios, outros ainda conseguiram fugir e alguns até recentemente foram capturados. Talvez hoje, a grande maioria destes governantes que escreveram a mais triste historia da humanidade, já estejam mortos, o, mas o feito jamais será esquecido. O Bunker de Hitler foi invadido finalmente pelos russos em 02 de maio de 1945.
Com o fim da guerra, o local ficou fechado e somente a partir de 1966, quando os americanos devolveram o local para os alemães puderam conhecer o que restou do local. Hoje lá funciona um museu, organizado a partir de 1999, onde mostra parte onde outrora funcionou o “Bunker do Hitler”

Um livro interessante, imperdível, principalmente para quem, como eu, gosta do tema Segunda Guerra Mundial.

Recomendo

quinta-feira, 14 de julho de 2011

“Macunaíma”

Hoje publico a 101ª resenha. Meu blog ainda não completou um ano e quando volto a ver o que fiz neste período, até fico surpreendido. Não tem este comentário nenhum direcionamento de vaidade ou coisa similar. É apenas uma constatação. Quando meu AVÔ quis que eu escrevesse sobre o que eu lia, não gostei muito da idéia, afinal, não tinha a menor noção de como escrever, mas pacientemente, fui desenvolvendo uma técnica, nada especial, coisa simples, e fui avançando. Já publiquei 100 edições. Ao mesmo tempo em que continuo lendo inúmeros livros, vou selecionando aqueles que julgo mais adequado para o publico jovem, que é a maioria dos meus leitores. Para comemorar este momento, vou publicar uma das historias mais comentadas dos últimos anos, já transformada em peças de teatro e eternizada no cinema no papel vivido pelo pequeno, mas genial Grande Otelo, que é Macunaíma
“Macunaíma” foi escrito pelo paulista Mário Raul de Moraes Andrade, mais conhecido como Mário de Andrade. Ele nasceu no dia 9 de outubro de 1893 e iniciou seu trabalho na literatura bem cedo, em críticas escritas para jornais e revistas. Já em 1917 publicou o primeiro livro "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema". Foi o início de uma carreira repleta de obras, dentre elas “Macunaíma”.
Grande Otelo em Macumaima
 Macunaima nasceu à margem do Rio Uraricoera. Filho de uma índia da tribo dos tapanhumas era um menino negro e feio, que somente aos seis anos começa a falar e uma das poucas coisas que repete continuamente é: 'Ai, que preguiça'. Contudo, é muito ativo em seus brinquedos e com as mulheres. Tem dois irmãos mais velhos, chamados Maanape e Jiguê, e uma cunhada, Sofará, mulher do segundo irmão. Quando esta o leva a passear, Macunaíma transforma-se em um belo príncipe e brinca com ela, o que irrita Jiguê, que a devolve aos pais e faz de Iriqui sua nova mulher, a qual, por sua vez, também brinca com Macunaíma. Desta vez, porém, Jiguê se conforma.
Por artes da cutia, que lhe dá um banho de água envenenada de mandioca, Macunaíma se transforma em homem, mas sua cabeça, a única parte do corpo que não fora molhada, fica pequena. Um dia sai à caça e encontra uma veada com cria e a mata. Fora uma peça que Anhangá lhe pregar a, pois ao aproximar-se do animal morto vê que é a própria mãe. Aflito, chama Maanape, Jiguê e Iriqui e todos choram muito.
frutos da arvore guaraná

Após a morte da mãe, partem sem rumo em busca do destino, Macunaíma encontra CI, a Mãe do Mato, rainha das icamiabas [uma tribo de 'mulheres sozinhas', ou amazonas] e a possui, transformando-se, em virtude disto, em Imperador do Mato-Virgem. A viagem continua e Ci, que os acompanha, ao final de seis meses tem um menino de cor encarnada e cabeça chata. Uma cobra morde o peito de Ci e o filho que ela amamentava suga o seu leite e morre. Depois do enterro do menino, Ci entrega a Macunaíma uma muiraquitã (amuleto confeccionado em jadeíte, nefrite, ordósia, diorite, estratite ou pedra-cristal), e sobe aos céus, utilizando-se de um cipó. Ao visitar o túmulo do filho no dia seguinte, Macunaíma vê que sobre ele nascera uma planta: era o guaraná.
Continuando a caminhada, Macunaíma e os irmãos enfrentam a boiúna Capei . Na fuga, o herói perde o amuleto que ganhara de CI. Embora procurem muito não o encontram. O Negrinho do Pastoreio (outro personagem do lendário brasileiro) envia a Macunaíma um uirapuru e este revela que a sua pedra-amuleto está nas mãos de Wenceslau Pietro Pietra, um regatão peruano que mora em São Paulo. Macunaina parte à sua procura. Junto com os irmãos.. No dia seguinte Macunaíma vai à ilha de Marapatá para ali deixar sua consciência e reunir o maior número possível de bagos de cacau, que têm valor de dinheiro. Ali encontra uma poça de água, que, por ser a marca do pé de São Tomé - o apóstolo que andara pela América -, é encantada. Macunaíma entra nela e fica branco. Jiguê também se banha, mas fica de cor vermelha, porque a água estava suja. E Maanape, como a poça ficara quase seca depois do banho de seus irmãos, consegue branquear apenas as palmas das mãos e dos pés, daí se explica, pelo texto do autor, o surgimento das raças brancas, o ruivo e o negro.

Chegam a São Paulo, procuram Wenceslau Pietro Pietra, que na verdade é Piaimã, o gigante comedor de gente. Piaimã mata Macunaima e faz torresmo para comer com polenta. Porém Maanape, seu irmão, com a ajuda de uma formiga e de um carrapato, consegue fazê-lo reviver, salvando-o do gigante. Aqui já se nota toda a versatilidade e inteligência do autor que mostra o personagem inventando o futebol e conversando ao telefone. Macunaíma telefona a Piaimã, e marca um encontro com ele e, travestido de mulher, vai à casa do gigante, que começa a namorá-lo e lhe mostra a muiraquitã, comprada, segundo diz, da imperatriz das icamiabas. Macunaíma, assustado com as pretensões do gigante, resolve fugir. Mas Piaimã o agarra e o coloca num cesto. O herói consegue fugir de novo e é perseguido por um cachorro do regatão e pelo próprio, até chegar à Ilha do Bananal, onde se esconde em um formigueiro. Em determinado momento, quando o gigante já está fora de si e ameaça colocar uma cobra no formigueiro, Macunaíma põe fora o seu pênis e Piaimã, sem dar-se conta, o agarra e o joga longe. O herói, é claro, vai junto até chegar a São Paulo novamente.
Aborrecido por não ter recuperado amuleto, Macunaíma vai ao Rio de Janeiro pedir proteção a Exu, em um terreiro de macumba, no Mangue, onde Tia Ciata é mãe-de-santo, onde ele é consagrado filho de Exu. Macunaíma pede vingança contra o gigante Piaimã. Exu promete ajudar o herói e faz o gigante sofrer no corpo de uma polaca que estava incorporada.

Em seguida, por vingança da árvore Volomã, que lhe negara os frutos, Macunaima diz algumas palavras que irrita a arvore e então ele é lançado em uma pequena ilha deserta da Baía da Guanabara. Lá chega então Vei, a Sol, com suas três filhas e vão numa jangada para o Rio de Janeiro. Ela deseja casar uma de suas filhas com Macunaima e pede a ele eu se comporte, mas ele não agüenta. Arruma uma namorada portuguesa, o que irrita Vei, que queria que ele se casasse com uma de suas filhas, em troca, ficaria jovem para sempre, caso contrario envelheceria igual a todos.

Macunaíma fica durante o dia na jangada com a portuguesa e a noite dorme em um banco, no Flamengo. Uma noite vê uma assombração que come a portuguesa. Macunaima escreve então uma para as icamiabas, contando sob re os costumes dos habitantes da cidade e pedindo-lhes dinheiro, bagos de cacau, pois gastara todo o que trouxera consigo, principalmente com as prostitutas paulistas, que cobram caríssimo pelo seu amor.
Piaimã, que ficara doente com a surra que levou de Exu cuida muito bem do amuleto, mantendo-o protegido todo instante. Macunaíma não consegue recuperar ainda o seu tesouro. Tempos depois ele se envolve em um tumulto de rua, é preso e consegue fugir. Depois de um bom tempo, após se recuperar de uma doença e ainda atrás do seu amuleto, ele encontra um macaco, que está comendo coquinhos, mas diz que aquilo são seus testículos. Macunaíma acredita e, devido à grande fome, pega uma pedra e esmaga os seus, morrendo e ressuscitando em seguida.
Macunaíma não abandona seu gosto pelas mulheres e rouba Suzi, a nova mulher de Jiguê, seu irmão, arrumara. Certo dia Maanape, seu outro irmão, fica sabendo que Wenceslau Pietro Pietra, o gigante que come gente, voltara da Europa. Macunaíma tenta recuperar seu amuleto, mas o gigante é forte e agarra o chofer do carro em que Macunaíma chegara. O chofer cai em uma água de macarrão fervendo. Macunaíma luta com o gigante e consegue enganá-lo, fazendo com que caísse no tacho com água quente, matando o gigante e recuperando o muiraquitã.
Voltando pra casa, quase no final da viagem, cheia de muitas aventuras seus irmãos, Maanape e Jiguê morrem. Macunaíma consegue chegar à antiga tapera, No entanto, atacado de acontecimentos ruins, vive triste e só, tendo como companheiro apenas um papagaio, um aruaí falador, ao qual o herói, ao passar dos dias, vai contando suas aventuras. Certo dia em janeiro, sofrendo intensamente com o calor, Macunaíma não resiste e se atira em uma lagoa, onde é atacado por um cardume de piranhas. Estas lhe comem os lábios, onde sempre trazia pendente a muiraquitã.
A pedra desaparece novamente e Macunaima já desgostoso e desanimando com a vida, planta um cipó, sobe ao céu e se transforma na Constelação da Ursa Maior. A terra do Uraricoera durante um longo tempo ficara deserta. Mas em certa ocasião, um homem chega até lá e ouve uma voz.

É o aruaí falador, velho companheiro de Macunaíma. O papagaio conta ao homem toda a saga do herói e em seguida voa para Lisboa. Este homem era nada mais nada menos que Mário de Andrade.
Mario de Andrade
Sem duvida um livro encantador, repleto de aventuras, intrigas, emoções, duvidas, comedia. Livro para não deixar de ser lido.

Recomendo a todos.

Fonte de pesquisa: Google/Bing

sábado, 9 de julho de 2011

Fogo Morto

José Lins do Rego











“Fogo Morto” é um melhores livros de José Lins do Rego, nascido na Paraíba, na cidade de Pilar no dia 3 de junho de 1901, foi ao lado de Graciliano Ramos e Jorge Amado os maiores romancistas regionalistas brasileiros da literatura mundial.

O livro tem seu enredo dividido em três partes, a primeira retrata a vida de José Amaro; a segunda do Engenho Santa Fé e a terceira do Capitão Vitorino.

A história do mestre José Amaro, um artesão que lida com couro, mora nas terras do engenho Santa Fé, pertencente ao coronel Lula de Holanda Chacon. José Amaro é um homem amargurado e sofrido que se colocas contra a prepotência dos senhores de engenho através de uma altivez que beira a arrogância. O desprezo que sente pelos “coronéis” leva-o a firmar-se como informante do bando de cangaceiros chefiado por Antonio Silvino. Assim, ele manifesta sua rejeição aos poderosos e à ordem constituída

José Amaro administra sua humilde casa no regime patriarcal da época, onde somente a palavra do homem tinha valor. Ele, com freqüência, maltrata sua esposa Sinhá, e, sobretudo sua filha, Marta. Ela já tinha 30 anos e continuava solteira. Esta solidão deixa a filha de José Amaro em estado de depressão, com crises nervosas.  O livro conta uma passagem em que, José Amaro espanca violentamente sua filha em meio a uma dessas crises. A partir deste dia, Marta vive alienada do mundo, falando coisas sem pé e sem cabeça. Cada vez mais infeliz, o mestre seleiro caminha à noite pelas estradas próximas, ruminando as suas frustrações. O povo da região passa ver nele a encarnação de um lobisomem e o evita cada vez mais. O destino de José Amaro se decide apenas na terceira parte do livro.

Na segunda parte do livro, o autor narra à história do Engenho Santa Fé, do ao coronel Lula de Holanda Chacon, um representante da aristocracia decadente da época, que conseguira a posse da propriedade através do casamento com Amélia, filha do poderoso capitão Tomás Cabral de Melo. “Seu” Lula, como é conhecido, é prepotente e mesquinho e trata tão mal seus escravos que após a Abolição da Escravatura, eles abandonam O Engenho Santa Fé.

Lula, desinteressado das questões práticas, administra pessimamente o engenho, e em dado momento, o engenho já não consegue produzir açúcar levando-o a rapidamente a falência. A sobrevivência da família fica restrita à criação de galinhas e à produção de ovos, das quais se encarrega Amélia, sua esposa.

No entanto, mesmo falido, Lula de Holanda Chacon mantém a postura de grande senhor, traduzida no cabriolé (pequena carruagem de luxo) com que percorre as estradas, sem cumprimentar ninguém. Autoritário, impede que sua filha Neném namore um rapaz de origem humilde. Esta, condenada a permanecer solteira, fecha-se sobre si própria e torna-se alvo de riso e deboche da vizinhança. Enquanto isso, alienado dos problemas econômicos que causam a derrocada de seu mundo, Lula entrega-se às práticas místicas, sob influência de Floripes, um negro que era seu afilhado. Coube a mulher de Lula de Holanda, D. Amélia, a compreensão lúcida e triste do fim de tudo. O Engenho Santa Fé acabara-se

Neste livro, José Lins do Rego, conta também a historia do personagem Capitão Vitorino, um pequeno proprietário de terras que vive de maneira modesta. Oriundo de famílias tradicionais da região açucareira, as quais já pertenceu socialmente, que embora nas duas primeira partes do livro seja uma figura inexpressiva a ponto ser apelidado de Papa-Rabo pelos moleques da região.  

Na terceira parte do romance Fogo Morto, o Capitão Vitorino passa para a condição de um homem idealista que o leva investir contra tudo aquilo que lhe parece injustiça, sem medir a força do inimigo, nem pesar as conseqüências de suas ações.  Contesta o poder absoluto dos senhores de engenho, da polícia militar e até dos cangaceiros, e defende ideais éticos que parecem inviáveis na vida cotidiana da região.

Vitorino acredita que somente pelo voto, possa instaurar uma ordem institucional num meio em que a única lei é o arbítrio dos latifundiários. Sua forma de vida simples em contraste com os seus pensamentos não lhe retira a grandeza humana e literária. Ao contrário, fazem parte de sua personalidade multifacetada.

Somente falar dos personagens pode tornar o livro sem graça e na terceira e última parte do romance predomina a ação. O cangaceiro Antônio Silvino invade a cidade do Pilar, saqueia as casas e lojas. Invade o engenho Santa Fé, ameaça os moradores em busca do ouro escondido.


Na luta para defender o Engenho Santa Fé, Vitorino é agredido e só não é morto graças à intervenção de José Paulino, dono do Engenho Santa Rosa. Vitorino também é agredido pela polícia, que na ocasião o prende, bem como a José Amaro e seus companheiros.

Quando libertados, Vitorino e o mestre José Amaro seguem rumos diferentes. Capitão Vitorino pensa em entrar para a política e Mestre José Amaro, que fora abandonado pela mulher e ter internado sua filha num hospício, desiste da vida, suicidando-se. Lula continua no seu devaneio, na falsa ilusão do poder que já não existe mais. O Engenho Santa Fé já estava em “fogo morto”, expressão que era dada aos engenhos que paravam de produzir o açúcar, a partir da moagem da cana.



Um livro fabuloso.

Recomendo a todos.


Fonte de fotos: Google

sexta-feira, 1 de julho de 2011

São Bernardo


Na publicação de hoje vou escrever sobre o livro “São Bernardo” de Graciliano Ramos. Este livro é um clássico da literatura brasileira e esta sempre caindo nas provas de literatura nas escolas. Antes de comentar sobre o livro vou contar sobre o autor. Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, sertão de Alagoas, filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE). Apesar de ter nascido em Alagoas, constrói sua carreira na cidade do Rio de Janeiro
Mesmo morando no Rio de Janeiro Graciliano Ramos nunca esqueceu a sua terra natal. Aquele sertão pobre onde viveu com sua família boa parte de sua vida. Como escritor e jornalista. Graciliano escreveu durante sua vida inúmeros livros, sempre contando momentos que vivenciou ou que tomou ciência. Entre esses livros escreveu “São Bernardo”, um clássico da literatura brasileira, no qual ele conta a história de Paulo Honório, um homem dinâmico, empreendedor, dominador, obstinado com a vontade de se tornar fazendeiro. Com instinto para negócios, Paulo Honório viveu de pequenos biscates pelo sertão até se aproveitar das fraquezas de Luís Padilha - jogador compulsivo. Comprou-lhe a fazenda São Bernardo onde trabalhara anos antes.
Paulo Honório não sabia muito de seus pais nem de sua infância. Lembrava-se apenas de uma mulher que vendia doces, de nome Margarida, a quem agora ele sustentava.
Em uma de suas viagens a Maceió, encontrou um velho simpático chamado Ribeiro, guarda-livros da Gazeta. Resolveu levá-lo para a fazenda para que ele pudesse regularizar toda a documentação e lentamente tudo foi se organizando.
Com a posse da Fazenda São Bernardo, tudo começou a funcionar como Paulo Honório previa e ele se tornava cada vez mais importante e respeitado na região. Alguns o criticavam, pois alegavam que desejava possuir o mundo todo, com suas espertezas.
Paulo Honório mandou construir uma estrada, uma escola e uma igreja na Fazenda São Bernardo. Recebeu visita até do Governador do Estado e mandou buscar Luís Padilha, o antigo dono da fazenda, para lecionar na escola construída.
Tinha uma idéia perseguia e martelava a cabeça de Paulo Honório: a de se casar. Queria um herdeiro para sua fazenda, garantindo assim o futuro de São Bernardo
Numa noite, foi visitar o juiz Dr. Magalhães com a desculpa de um processo que estava em suas mãos, mas na verdade tinha interesse na filha do magistrado, D. Marcela. Chegando à casa do juiz encontrou muita gente e, entre outras pessoas, uma loirinha chamada Madalena, uma professora da escola normal, que o deixou impressionado, Tempos depois pediu Madalena em casamento e o Padre Silvestre os casou. O inicio foi tudo bem, como Paulo imaginava que seria.
Com o passar do tempo, a relação entre eles começa ficar alterada. Madalena por não concordar com os modos que o marido trata os funcionários tem com ele várias discussões, o que desperta em Paulo um ciúme intenso da esposa. A partir daí passa a maltratá-la com ofensas e humilhações e nem o nascimento de um filho do casal altera a situação.
Paulo observava o filho que nada tinha de parecido com ele. Ele passa a duvidar da fidelidade da esposa. A situação foi-se agravando. Paulo Honório desconfiava até do padre e dos caboclos. Estava quase louco. À noite, ouvia passos e assobios que acreditava serem sinais. Não dormia. Madalena, nas conversas, mantinha-se serena. Só dizia que caso morresse de repente queria que dessem seus vestidos à família do Mestre Caetano e a Rosa; e os seus livros ao seu Ribeiro, Padilha e Gondim. A vida angustiada e o ciúme exagerado de Paulo Honório acabam desesperando Madalena, levando-a ao suicídio.
Após a morte da esposa, Paulo Honório parecia não se incomodar mais com nada.
Então, pouco a pouco, os empregados abandonam a Fazenda São Bernardo. Os amigos já não freqüentam mais a casa. Uma queda nos negócios leva à fazenda a ruína. Sozinho, Paulo Honório vê tudo destruído e, na solidão, procura escrever a história da sua vida.

Um livro fantástico.

Recomendo a todos.

Papillon - o Homem Que Fugiu do Inferno

Você gosta de aventuras? A historia de Papillon é verdadeira e o que não falta é aventuras. Este livro eu encontrei num sebo já há algum ...