A India é um pais com uma das maiores maiores concentração humana do mundo e onde existe os maiores índices de discriminação para os habitantes, onde a população é dividida por sistema de castas, onde caracteriza o mais ricos como brâmanes e os que vivem na extrema miséria como dalit.
E foi baseado nesses fatos que resolvi escrever sobre a obra de Marc Boulet, "Na Pele de um Dalit". Este livro relata uma reportagem real vivida pela autor, um francês nascido em 1959, formado em jornalismo e línguas orientais.
Marc Boulet, para dar veracidade a sua historia, faz um projeto onde ele passa a viver como um nativo Dalit e consegue extrair desta experiencia dados para contar uma bela historia, que classifico de imperdivel para todos os leitores que apreciam uma boa leitura. Marc Boulet é poliglota e fala albanês, inglês, chinês, coreano, hindi e italiano, mas para escrever “Na Pele de um Dalit”, Marc Boulet teve que usar muito a língua hindi,a mais usada pelos dalits.
Para tornar seu livro mais completo e real, resolveu estudar os dalits, e ao “decorar” todos os seus costumes, decidiu se tornar um, para isso, teve que escurecer a pele, deixar crescer o bigode e vestir-se com uma roupa suja fedendo urina foi morar e viver de esmolas como a maioria dos indianos desta casta.
Mudou seu nome para Ram Munda, e com estas características foi encarar a vida do povo visto na India como os intocáveis, os impuros, aqueles dos quais toda população tem nojo, o Mundo Dalit.
Os dalits, também conhecidos como párias, são todos aqueles que violaram o sistema de castas por meio da infração de alguma regra social. Em conseqüência, realizam trabalhos considerados desprezíveis, como a limpeza de esgotos, o recolhimento do lixo e o manejo com os mortos. Uma vez rebaixado como dalit, a pessoa coloca todos seus descendentes nesta mesma posição.
Os “impuros” são normalmente expulsos de suas aldeias, para que não venham a contaminar as outras castas. Não podem nem mesmo utilizar os potes de água ou entrar nos templos.
Nas escolas, em certas cidades, não podem entrar nas salas de aula, devendo se manter do lado de fora. E naquelas em que lhes é permitido entrar, devem ocupar os últimos lugares.
São os conhecidos Dalits.
A palavra indiana Dalit significa “quebrado/pisado/oprimido”.
Em Bombaim, cidade conhecida mundialmente pela sujeira, a grande maioria deles está instalada em numerosas favelas, buscando refúgio nas ruelas e calçadas atulhadas de lixo e cães vadios, ou pedindo esmola aos turistas, no centro da cidade.
No tocante à religião, não possuem acesso aos templos. E só se dão conta do fosso em que vivem, quando se convertem ao islamismo ou cristianismo, pois o hinduísmo legitima o sistema de castas, a ponto de os Dalits acharem que é correto viver dessa maneira. É assim deve ser, sem questionamento ou reclamação.
No plano político, embora correspondam a um numero significativo da população indiana, não são ouvidos pelos dirigentes do país. Não possuem voz.
No plano econômico, mesmo que os governos tentem garantir-lhes o direito de posse de algumas terras, os proprietários rurais das aldeias usam de todo tipo de violência para humilhá-los e assim expulsá-los das terras.
Á vida do povo excluído e oprimido na Índia, é sufocado pelo poder tecnológico, econômico, político ou religioso que predomina no país.
Os Dalits são vítimas de uma humilhação múltipla.
Se formos analisar a situação hoje em dia percebemos que enquanto a Índia cresce cada vez mais, tanto no campo economico, como populacional, ainda prevalece na maioria do Pais, o mesmo pensamento preconceituoso de todos os tempos, mantendo aquela discriminação inconseqüente diante do povo pobre, no qual, Marc Boulet, viveu durante algum tempo.
Os Dalits na Índia são excluídos de todo o bem comum e suas mulheres são violentadas e obrigadas a se prostituírem. São consideradas piores de que um cão, que vive na rua.
Entre os Dalits, a maioria são analfabetos e a mortalidade infantil chega a 10%.
Foi esta a vida que Marc Boulet vivenciou nos momentos que era Dalit, nos momentos em que era excluído da sociedade indiana, era oprimido, humilhado, pisado.
Ele confessa ter sido muito difícil agüentar tal discriminação, mas sua vontade de mostra ao mundo um pouco do sofrimento desse povo, venceu e deu-lhe força para continuar e escrever esta bela obra.
Um livro fantástico.
Recomendo a todos.
Adorei a dica. Adoro tudo o que se refere a india, suas tradições e história. Com certeza já entrou para minha lista de livros a serem lidos.
ResponderExcluirTenho a impressão de que é um ciclo vicioso. Se os das castas superiores acreditam em reencarnação, então deveriam ter o máximo de respeito e cuidado para com os outros das castas inferiores. Caso contrário numa reencarnação seguinte, nasceriam como Dalits para colher o que plantou numa encarnação passada. ACREDITE; a VIDA não pune ninguém pelo o quê não deve. PLANTOU COLHEU. Até porque a dívida não é para com a pessoa a quem foi feita a injustiça, e sim para com o PRÓPRIO UNIVERSO OU PARA COM A PRÓPRIA VIDA.
ResponderExcluirUm ser humano, seja ele quem for (não importa o nível sócio-econômico-cultural), não está no UNIVERSO e nem o UNIVERSO está nele; ele é o PRÓPRIO UNIVERSO.
Um ser, seja ele quem for, não está na VIDA e nem a VIDA está nele; ele é a PRÓPRIA VIDA. Por isso é que quando apontamos um dedo para outra pessoa, outros três ficam apontados para a gente; parece que como a dizer: OLHA MEU CARO ESTES TRÊS DEDOS QUE FICARAM APONTADOS PARA TI, É PARA LEMBRAR QUE O ONISCIENTE (PRIMEIRO DEDO) O ONIPOTENTE (SEGUNDO DEDO) E O ONIPRESENTE (TERCEIRO DEDO) HABITA ESTE LUGAR EM FORMA DE UMA CENTELHA DIVINA.