segunda-feira, 18 de abril de 2011

1808 - Historia de Portugal e Brasil


“1808”, é um grande sucesso literário brasileiro com mais de meio milhão de livros vendidos. Escrito pelo jornalista historiador paranaense, da cidade de Maringá Laurentino Gomes,  formado pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação na Universidade de São Paulo e cursos na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e Vanderbilt, nos EUA.
Laurentino Gomes relata em "1808" como ocorreu a chegada da corte portuguesa ao Brasil. Em tempos de guerra na Europa, Napoleão Bonaparte, Imperador da França e um dos maiores lideres  de todos os tempos, com o intuito de tornar a França o pais mais desenvolvido da Europa, iniciou um processo de invasão de todos os paises que mantinham comercio com a Inglaterra e para isso funcionar Napoleão montou um bloqueio continental, que impedia o comercio com os Ingleses e obrigava os paises a negociar somente com a França.
D. João VI, rei de Portugal, não aceitava não poder comercializar com os ingleses, então sem se importar muito com as ameaças de Napoleão continuou os negócios com a Inglaterra.
Napoleão ao perceber a desobediência de D.João VI avisa que irá invadir Portugal. Com medo D. João e sua corte  fogem para o Brasil, que ainda era colonia de Portugal e este fato foi decisivo para a historia  de Portugal e Brasil.
Após a chegada da Familia Real, D. João VI passou alguns dias em Salvador, quando tomou duas decisões que animou a economia brasileira: determinou a abertura dos portos aos países amistosos e a autorização para a instalação de indústrias, antes proibida por Portugal.
Surgiram várias fábricas e trabalhos manuais em tecido, mas que não foram adiante devido à influência dos tecidos ingleses. Entre outros feitos importantes para a economia, pode-se citar a construção de estradas, melhorias nos portos e o ingresso do chá no país. A atividade agrícola voltou a crescer. No início do século XIX, o açúcar e o algodão subiram no ranking das exportações, ficando em segundo lugar, e o café subiu para o topo nas exportações brasileiras.
Depois de sair de Salvador, D. João VI foi para o Rio de Janeiro, onde chegou em 08 de março de 1808, transformando a cidade em residência fixa da corte portuguesa. A chegada da família real no Brasil e sua instalação no Rio de Janeiro, mudou o nome de colônia para Reino Unido de Algarves. Com isso D. João VI teve que colocar alguns ministérios, tendo como principais o da Guerra, da Marinha, da Fazenda e do Interior. Também construiu órgãos fundamentais para o bom andamento de seu governo, como o Banco do Brasil, a Casa da Moeda, a Junta Geral do Comércio e o Supremo Tribunal de Justiça.
A vida da Corte Portuguesa para o Brasil trouxe inumeras melhorias não  só econômicas, mas também culturais e educacionais, como a  Academia Real Militar, a Academia da Marinha, a Escola Real de Ciências, de Artes e Ofícios, a famosa Academia de Belas-Artes e dois colégios de Medicina e Cirurgia, no Rio de Janeiro e em Salvador.
Nos tempos de colônia, o Brasil não possuía nenhum meio de comunicação, pois era proibido por Portugal, mas com a vinda de D. João VI mudou essa realidade. Em 10 de setembro de 1808, imprimiu-se o primeiro jornal do país, a Gazeta do Rio de Janeiro.
Porém, nem tudo foi glória, os cariocas tiveram que pagar um alto custo de tudo, pois além de serem obrigados a doar alimentos e tecidos para manter as regalias da Corte, são obrigados a ceder a Coroa Portuguesa seus imoveis, de modo permitir que os portugueses que vieram juntos com a Corte pudessem se abrigar. Os portugueses também tinham a liberdade de escolher a casa que mais se identificassem, sem a preocupação de fazer qualquer justificativa ao proprietário do imovel. Simplesmente marcavam a propriedade escolhida com as letras P.R.(Principe Regente) e davam um tempo para o morador desocupar a moradia escolhida. Simples e injusto. 
O Rio de Janeiro passou por uma grande transformação, expandiu-se, ganhou chafarizes, para que houvesse fornecimento de água, pontes e calçadas, assim a realeza poderia caminhar despreocupadamente. Construíram-se ruas e estradas, e a iluminação pública foi instalada.
Enquanto o Brasil se vangloriava por ter deixado de ser colônia e o Rio de Janeiro se transformava na sede do reino, em Portugal a situação era muito dificil. A população portuguesa estava desamparada sem a Corte por perto. Não conseguiam se reerguer das conseqüências causadas pela invasão das tropas de  Napoleão e  o comercio de Portugal  estava em constante decadência devido a abertura dos portos brasileiros.
Revoltados, os portugueses exigiram, em 1820, a volta de D. João VI, fazendo assim a chamada Revolução do Porto. Pediam também que fossem banidos os administradores estrangeiros e o comércio brasileiro fosse realizado somente pelos mercantes de Portugal. D. João VI resolveu que a melhor solução para esses problemas era sua volta para Portugal, a qual deu-se em 26 de abril de 1821, porém deixou em seu lugar seu filho, D. Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil.
A estratégia de D. João VI  foi muito inteligente, pois conseguiu deste forma satisfazer o povo portugues com a volta da Corte Portuguesa e manteve o povo brasileiro da epoca feliz, pois a continuação do trabalho feito por D.João seria mantido pelo seu filho.
 O embarque de D. João VI foi bastante conturbado, pois ele resolveu levar  para Portugal todo o dinheiro e o ouro do Banco do Brasil. Foi necessário D. Pedro I determinar que as tropas brasileiras dessem um fim ao burburinho, evitando desta forma que o navio atracado fosse invadido e revistado.
Um ótimo livro, onde Laurentino Gomes consegue relatar  a vinda da Corte Portuguesa para Brasil  numa linguagem tranqüila e envolvente.
Recomendo a todos.

2 comentários:

  1. Perfeito esse seu post sobre o 1808.Sou uma apaixonada por História,seja ela geral ou do Brasil e devo dizer que o 1808 tá me agradando muito,mesmo ainda não tendo terminado de ler.Parabéns pelo seu blog,tá muito muito bem elaborado,e é mais um espaço,para nós pessoas que gostamos de ler. :)

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  2. Parabéns pela iniciativa... Também, fiz uma postagem deste livro. Fica, entaõ, o convite

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