sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Papillon - o Homem Que Fugiu do Inferno


Você gosta de aventuras? A historia de Papillon é verdadeira e o que não falta é aventuras. Este livro eu encontrei num sebo já há algum tempo e estava esquecido num cantinho da minha biblioteca. Resolvi lê-lo e fiquei impressionado com a narrativa desta romance, que pode ser considerada um biografia. Ele conta uma parte da vida de Henri Charrière (ou René Belbenoit), autor do livro. Papillon, como era conhecido, foi um dos poucos prisioneiros que conseguiram fugir da Ilha do Diabo, presídio localizado na floresta impenetrável da Guiana Francesa, uma espécie de purgatório, onde os presos pagavam seus crimes sofrendo degradações e brutalidades.
Papillon era um ex-militar da Marinha Francesa e se sobrevivia em Paris, aplicando pequenos golpes. Enganava um aqui, roubava outro ali até que um dia houve um roubo que ele não participou, mas mesmo assim Papillon foi acusado de te-lo feito. Foi condenado injustamente à pena de prisão perpétua e mandado para o exílio na Guiana Francesa
Na Guiana Francesa, o Governo da França construiu um campo de prisional e para este local o governo francês enviava a maioria dos prisioneiros Entre os prisioneiros estão Henri Charriere, o Pappilon, e Louis Dega que se conheceram no porão de prisioneiros. Louis Dega era um falsificador e embora inteligente, era muito frágil fisicamente e era vigiado por outros prisioneiros, pois sabiam que ele tinha dinheiro. Embora prisioneiros, ainda a necessidade do dinheiro é imensa, razão que o mesmo era escondido nos locais menos imagináveis.
Após ficarem amigos Pappilon protege Dega dos outros prisioneiros e surgem pensamentos distintos: sair daquele inferno. Dega acredita que poderá sair pelos meios legais, enquanto Papillon só pensa em fugir daquele sistema prisional, cheio de histórias, personagens estranhos e corruptos. O s dois após uma tentativa de melhorar sua situação são severamente punidos por um dos guardas ,o qual a família perdeu muito dinheiro com um dos golpes de Dega.
Ambos são enviados para a área de trabalho forçado e Pappilon tenta a sua primeira fuga que termina em fracasso e Papillon é preso novamente levado a solitária onde fica por dois anos. Dega tenta ajudá-lo na alimentação enviando cocos escondido dos policiais, mas é descoberto e Papillon têm sua ração alimentar diária diminuída pela metade, mas não entrega seu amigo Dega. Uma vez terminado esse período Pappilon está novamente pronto para fuga. Dessa vez elabora um plano mais eficaz e leva Dega e outro prisioneiro com ele.
Durante a tentativa Dega sofre uma queda na fuga e quase morre devido ao ferimento. Numa praia já bem distante eles aportam, mas são surpreendidos por soldados que atiram nos fugitivos. Pappilon é preso e junto com Dega voltam para Guiana e Pappilon têm uma chance de liberdade indo morar numa aldeia indígena, mas não está satisfeito e consegue fugir novamente. Foi parar num convento e enquanto dormia a Madre Superiora o denunciou e ele foi preso novamente. Desta vez foram longos cinco anos na solitária e ele sobreviveu mesmo assim.
Após a dura pena ele é levado para a Ilha do Diabo um local onde a fuga é praticamente impossível devido às correntes marítimas e ao gigantesco penhasco de pedra que forma a ilha. Pappilon se reencontra com Dega e propõe a ele um novo plano de fuga, Dega não acredita e foge dele. Dega perdeu as esperanças, pois sua esposa se casou com o seu advogado e ele perdeu tudo que tinha. Pappilon sempre persistente, não desiste e numa tentativa fantástica em que usa todo seu conhecimento de correntes marítimas consegue fugir, seu intento dizendo: Eu ainda estou vivo seus desgraçados.
Um livro ótimo. Henri Charrière era um ótimo contador de historia e após sua fuga escreveu o livro Papillon, que se transformou em filme, tendo nos papeis principais Steve McQueen (no papel de Papillon) e Dustin Hoffman (Louis Dega). Um drama real que existe além do filme, muito material a respeito deste homem, que segundo pesquisa existente, ele foi enterrado, após sua morte em Roraima, no Brasil. O livro faz por merecer todo respeito e admiração que recebeu dos críticos e de quem já teve oportunidade de ler esta obra fantástica.

Recomendo a todos.

A Metamorfose


Imaginem escrever um livro! Tarefa difícil, não? Agora, imaginem escrever um livro e torná-lo um dos mais lidos do mundo. Este feito foi conquistado por Franz Kafka,  nascido em Praga, no dia 3 de julho de 1883 foi um dos maiores escritores de ficção da língua alemã do século XX. Kafka nasceu numa família de classe média judia. O corpo de obras e suas escritas, a maioria incompletas e publicadas postumamente, destaca-se entre as mais influentes da literatura ocidental. Os seus livros mais conhecidos são “O Processo” e “A Metamorfose”, que comentarei no blog hoje.

Esta obra esta que pode ser resumida em duas partes: Na Parte A o autor conta a história de Gregor Samsa, um caixeiro viajante,  e sua transformação em uma barata e na Parte B relata o que  quis passar ao mundo com a tal obra.

Parte A: O jovem vendedor Gregor Samsa, desprezado pelos seus pais e pela sua irmã, que o tinha apenas passar pagar suas contas e nada mais, um dia acorda transformado em um inseto gigantesco. Mal pode se mover e muito menos ir para o trabalho, como pretendia. O seu chefe vai até sua casa e,  do lado de fora da porta  queixa-se do atraso e do baixo rendimento dele ultimamente. Gregor responde com uma voz que ele mal pode ouvir, dizendo que se sentirá melhor logo que saia e comece a trabalhar. Ao abrir a porta, o chefe fica horrorizado.

A família o deixa isolado no quarto e só sua irmã se preocupa em levar vários  tipos de comida, tentando adivinhar ele vai gostar mais.  Sua mãe tem medo e nem mais quer vê-lo. Uma vez deixou o quarto acidentalmente e o pai o obrigou a voltar, lançando-lhe maçãs que ficam incrustadas no corpo dele. Outra vez sai, atraído pelo violino que a irmã toca para alguns hóspedes e estes se assustam e deixam a casa, enojados.

Sua metamorfose de homem para inseto também provocou uma metamorfose da família, que até então vivia as suas custas. Tiveram que procurar uma forma de sobreviver. Seu pai consegue um emprego como continuo e sua irmã como balconista. Gregor Samsa sobrevive em seu quarto, cada vez mais afastado da natureza humana, embora ainda preocupado com o destino de sua família.

Sua família,  que vinha dando mostras de despreocupação com o seu caso, passa a desprezá-lo e abandoná-lo. A própria irmã, que tanto o havia entendido, diz que eles já toleraram bastante e que já fizeram por ele tudo o era possível e que o erro deles foi acreditar que aquela coisa continua o ser o Gregor. Este cada vez come menos, por inapetência, morre e é jogado no lixo. A família se sente livre e começa a fazer planos para casar a menina.

Parte B:  Esta parte. O autor foca a vida de  Gregor quando realmente sentiu ao parecer um inseto, uma barata,  com sua genialidade, consegue mostrar como é o sofrimento de um homem ao perceber que ele não passa de um pagador de contas para a família, ou seja, que não há carinho algum para com ele,  mesmo se esforçando para fazer tudo para a familia. É este  sentimento de desprezo que o faz se sentir um inseto nojento e peçonhento, que se repete em milhares de lares.



Infelizmente, uma roda viva!



Um livro espetacular.



Recomendo a todos.

Estação Carandiru


Dráuzio Varella, médico cancerologista paulista, iniciou em 1989 um trabalho voluntário de prevenção à AIDS na Casa de Detenção de São Paulo, na época, o maior presídio do Brasil, situado no bairro do Carandiru e que abrigava mais de 7200 presos. O conjunto presidiário era formado por nove pavilhões, cada um com cinco andares. Suas celas tinham portas maciças e só se sabia o que passava atrás delas quando as abria.
Por sua experiência vivida neste local como médico, ele escreveu um grande sucesso editorial brasileiro “Estação Carandiru”. Neste livro, o autor relata suas experiências pessoais, fruto do relacionamento com presos e funcionários e se dispõe a tratar com as pessoas caso a caso, mesmo em condições nada propícias à manifestação das individualidades.
Dráuzio Varella descreve no livro mais os aspectos sociológicos do que os propriamente ligados à área médica. Seu trabalho de pesquisa de prevenção à AIDS deu–lhe a oportunidade de conhecer um lugar povoado de maldade onde não se conhece, muitas vezes, a verdade. A vida dentro da Penitenciária do Carandiru caracteriza–se como um mundo diferente, dentro do mundo ocupado pelos cidadãos livres.
Ali existiam normas que deviam ser cumpridas por força da segurança e da lei, entre outras formuladas pelos presidiários, que exigiam que fossem cumpridas. Qualquer descumprimento com as regras eram castigadas com espancamentos e dependendo do caso, até com a pena de morte. Os prisioneiros eram ao mesmo tempo seus próprios juízes e algozes tendo como base as leis por eles mesmos estabelecidas.
Cada pavilhão tinha sua clientela especifica. O critério da distribuição obedecia às regras básicas. Por exemplo, quem praticava o estupro era encaminhado para o Pavilhão Cinco, os reincidentes no oito e os réus primários no Pavilhão Nove. Os presos com diploma universitários, que eram raros, moravam em celas individuais no Pavilhão Quatro, que era o local com mais privilégios dentro daquele enorme complexo prisional..
O pavilhão cinco era o mais lotado da cadeia. Moravam ali 1.600 homens, o triplo do que era recomendado para uma cadeia inteira. Ali habitavam os presos integrantes da faxina da penitenciaria. Eram os encarregados da limpeza geral e da distribuição de refeições. No quarto andar ficavam os presos que foram expulsos dos outros pavilhões devido a maus procedimentos ou derrota em disputas pessoais, além de outros estupradores e justiceiros. O que mais chamava atenção neste andar era a presença dos travestis com as maçãs do rosto infladas de silicone, calças agarradas e andar rebolado.
O livro retrata ainda em detalhes um dos episódios mais violentos do Governo do Estado de São Paulo, quando o Governado Fleury, autoriza a invasão do presídio por tropas policiais e este episódio triste da historia fico conhecido como O Massacre do Carandiru.
Numa sexta feira, do mês de outubro de 1992, começou uma rebelião no Pavilhão Nove. As quinze horas deste dia, policiais entraram na Detenção com metralhadoras, cães e escopetas. O Governador Fleury Filho qualificou a operação como uma ação policial para combater briga de quadrilhas. Nesta operação, de uma forma cruel, cento e onze detentos foram mortos pela Policia.
O ambiente na cadeia é como uma panela de pressão, quando explode é impossível conter. O ataque foi desfechado com precisão militar, rápido e letal. A violência da ação não deu chance de defesa para os presos. Trinta minutos depois da invasão ouviram-se gritos de “Para! Já chega! Acabou!” Uma, após outra, as metralhadoras foram silenciando. Após os tiros caiu um silencio de morte nas galerias. Os carros da polícia e do IML transportaram os mortos, até tarde da noite. Nas celas o ambiente era trágico. Dadá, um preso evangélico que sobreviveu ao massacre abriu a Bíblia e leu chorando como criança com o trecho: “Mil cairão ao teu lado e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido, nada chegará à tua tenda” Salmo 91
Sem qualquer condição de cumprir sua função social, o completo da Penitenciaria do Carandiru, que foi construído para abrigar 3500 presos, chegou a abrigar mais de 9000 detentos. O local era imagem vergonhosa da grave crise do sistema prisional em São Paulo. Era impossível continuar como estava e decisões governamentais foram tomadas. Novas penitenciarias foram construídas no Interior do Estado, a população carcerária foi dividida entre as novas unidades e aquele inferno localizado praticamente no centro da maior cidade do Brasil, foi finalmente desativado.
Parte da construção foi implodido em 2002. Apenas alguns prédios foram deixados para a administração publica, senão com este objetivo, mas como uma lembrança de um momento para ser esquecido pelo povo paulistano.
O sucesso do livro “Estação Carandiru” foi tanto que sua historia foi retratada no cinema, com o filme que teve o mesmo nome, que é até hoje, um dos maiores feitos do cinema brasileiro.

Simplesmente uma obra extraordinária.

Capitães de Areia


"Capitães de Areia" um dos clássicos da literatura brasileira, de  Jorge Amado, um dos escritores mais influentes na história literária do Brasil, no século XX.
Este romance  mostra como vive a população realmente pobre na Bahia.  Jorge Amado para  transmitir  esta idéia deu vida a um grupo de garotos, os "Capitães de Areia", uma pequena 'tribo'  composta inicialmente por quatro integrantes: Pedro Bala, o líder desse grupo. Ele tinha cicatriz de navalha que atravessava todo seu rosto e era uma prova de sua coragem; Pirulito, era o que  representava a religiosidade de todos e para tanto, rezava todas as noites  para que Deus o  livrasse  de todos seus pecados; Professor, o  unico letrado do grupo e  o mais sensato nas decisões; e finalmente o Gato, o sedutor do grupo, que ganhou o apelido pela facilidade de conquistar as pessoas.
O grupo era procurados pela Policia Baiana,  que por não ter o que  comer, vestir, beber, entre outras coisas, tinham que roubar carteiras, dar golpes em pessoas mais bem sucedidas. Viviam na marginalidade o bando  dos Capitães de Areia e de seu líder Pedro Bala.

Ninguém gostava do jeito de ser destes garotos, mas Dora gostava muito. Dora era uma garota capaz de qualquer negócio para fazer parte do grupo. Pedro Bala já tinha novos integrantes no grupo, como João Grande, Boa-Vida e Sem Pernas, mas não aceitava a presença de mulher no grupo, pois considerava as mulheres inferiores aos homens. Dora, que não aceitava esta condição, com toda garra começou a mostrar ao chefe do grupo que tinha capacidade de ser a única mulher do Capitães de Areia e acabou sendo aceita.

 O novo grupo, agora mais com a entrada dos novos iria sofrer com a prisão Pedro Bala. Esta nova situação levou Dora, que era apaixonada por Pedro, acaba sendo internada num hospital. Pedroconsegue fugir da prisão e vai atrás de sua paixão Dora. Encontra-a hospitalizada e estava em estado febril e bem debilitada, mas ao ver Pedro levantou-se de imediato, como se o mau estar tivesse acabado. Esta felicidade durou pouco, pois horas depois Dora não resiste a doença e morre.

 E desta maneira Jorge Amado, com seu talento maravilhoso, vai acabando com o grupo Capitães de Areia. O tempo foi passando e os garotos da gangue foram tomando juizo e resolvem estudar e ser alguém na vida que teriam pela frente. O romance é fantastico e os personagens são inesquecives. Se você ainda não teve oportunidade de ler este livro, procure faze-lo e você vai se apaixonar pelo enredo criado pelo autor. Quando terminar a leitura, você, como eu,vai sentir saudades de Pedro Bala, Dora e toda a turma dos Capitães de Areia.

A Face da Guerra


"A Face da Guerra" reúne em um único volume, os textos da jornalista norte-americana Martha Gellhorn, que ao longo de quase cinqüenta anos cobriu desde a Guerra da Espanha até os distúrbios do final da década de 1980 na América Central, passando pela Segunda Guerra Mundial e pela Guerra do Vietnã.

No livro, Martha faz um relato jornalístico, no qual ela explica que a Guerra Civil espanhola foi o acontecimento mais traumático que ocorreu antes da 2ª Guerra Mundial.  Nela estiveram presentes todos os elementos militares e ideológicos que marcaram o século XX.

De um lado se posicionaram as forças do Nacionalismo e do Fascismo, aliadas as classes e instituições tradicionais da Espanha e do outro lado, a Frente Popular que formava o Governo Republicano, representando os sindicatos, os partidos de esquerda e os partidários da democracia.

Para a Direita espanhola tratava-se de uma Cruzada para livrar o país da influência comunista e da Franco Maçonaria e restabelecer os valores da Espanha tradicional, autoritária e católica. Para tanto era preciso destruir, acabar com a República, que havia sido proclamada em 1931, com a queda da Monarquia.

Para a Esquerda era preciso dar um basta ao avanço do Fascismo que já havia conquistado Itália, em 1922; a Alemanha, em 1933 e a Áustria, em 1934. Segundo as decisões da Internacional Comunista, de 1935, elas deveriam aproximar-se dos partidos democráticos de classe média e formarem uma Frente Popular para enfrentar a maré de vitorias nazi-fascista. Desta forma, Socialistas, Comunistas, Anarquistas e Democratas liberais deveriam unir-se para chegar e inverter a tendência mundial favorável aos regimes direitistas.

Foi justamente esse conteúdo, de amplo enfrentamento ideológico, que fez com que a Guerra Civil deixasse de ser um acontecimento puramente espanhol para tornar-se numa prova de força entre forças que disputavam a hegemonia do mundo. Nela envolveram-se a Alemanha nazista e a Itália fascista, que apoiaram o golpe do Gen. Franco e a União Soviética que se tornou solidária com o governo Republicano.

Durante a narrativa de “ A Face da Guerra”, a autora faz um resumo do que foi a Guerra do Vietnã, mas deixa bem claro o que foi e porque ocorreu. Esta guerra começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja e esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria entre União Soviética e Estados Unidos.

A relação entre o Vietnã do Norte e do Sul, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, soldados vietcongues, guerrilheiros comunistas, com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram uma base norte-americana no Vietnã do Sul e em função deste ataque, deu-se inicio a Guerra do Vietnã, onde, apesar de todo seu poderio, o Exercito Americano foi derrotado.

Um livro sobre guerra sempre empolga os leitores, mas este livro é acima de tudo, imperdível por trazer a tona, um período da humanidade que deveria nunca mais acontecer. É através da historia, dos erros do passado que o homem poderá acertar o futuro.
Um livro fantástico.

Recomendo a todos.

O Apanhador no Campo de Centeio


Este romance escrito por J. D. Salinger conta a história de Holden Caulfield, um adolescente comum, divertido, covarde e deprimido, que não tem nada de especial. O escritor narra em um ritmo dinâmico, direto, saltando de um assunto para o outro como se fossem os pensamentos de Holden.  Ele tem uma irmã mais nova, Phoebe, a quem venera; um irmão mais velho, D. B., que é um roteirista em Hollywood, com que não se dá muito bem  e um irmão mais novo, Allie, que morreu de leucemia; seus pais com quem não consegue se entender bem e vários amigos. Entretanto, está constantemente se sentindo só, deprimido e carente de alguém que o entenda.
O livro conta um fim de semana na vida de Holden, um jovem de dezessete anos, vindo de uma família abastada de Nova Iorque.  Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, o Colégio Pencey, volta para casa mais cedo no inverno, depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso da escola.
Resolve passar um fim de semana vagando por  Nova York, na tentativa de adiar o encontro com os seus pais e a inevitável discussão sobre sua expulsão. Holden vive uma série de experiências e encontros que o deixam cada vez mais frustrado, pois acha que todos são falsos.
Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si, como um professor, uma antiga namorada, sua irmãzinha, e, junto a eles, tenta explicar e inclusive entender a confusão que passa pela sua cabeça. Holden também queria proteger a irmã e a inocência que ela representa de um mundo tão assustador e evitar que se torne uma adulta falsa.
Enquanto Holden esperava a coragem para conversar com seus pais, se transcorrem 03 dias e ele passa este tempo na cidade num constante estado de  grande bebedeira e solidão. Em certo ponto ele acaba em um museu, no qual ele assemelha sua vida com a dos esquimós nas vitrines. De até onde ele se recorda, as estátuas nunca mudaram. Tais preocupações podem ter se originado em grande parte devido à morte de seu irmão, Allie.
Holden acredita que ser um “apanhador no campo de centeio” significa salvar as crianças contra a perda de sua inocência. Ele conta esta fantasia para sua irmã mais nova, Phoebe, que é a única pessoa com a qual Holden consegue se comunicar. Phoebe vê seu irmão como um herói, e ela é ingenuamente desconhecedora de que a visão de Holden dela é praticamente a mesma.
Nesta fantasia de Holden ele se imagina como o único guardião de inúmeras crianças correndo e brincando em um pequeno campo de centeio na beira de um precipício. Este precipício simboliza a transição da criança, inocência, para a vida adulta, falsidade. Seu trabalho é pegar as crianças se elas vagarem perto da beira, ele é o “apanhador no campo de centeio”. Por causa dessa má interpretação,
Somente no final do livro que vamos descobrir que Holden está internado em hospital para doentes mentais. Se você for um adolescente, ou estiver em busca da sua identidade com certeza vai se identificar com muitas características deste jovem, pois acredito que muitas de suas dúvidas e inseguranças são descritas com muita sensibilidade pelo escritor.

Livro extraordinário.

Recomendo a todos.

Gomorra


Roberto Saviano nasceu em 22 de setembro de 1979, na cidade de Nápoles, Itália. Formou-se em jornalismo e escreveu vários livros, entre eles o livro Gomorra, que documenta a atuação das máfias italianas e sua relação com as instituições do país. Com a publicação desta obra, que se tornou um best-seller em todo o mundo, Saviano foi jurado de morte pela Máfia Italiana ou como é conhecida Camorra, uma das máfias mais sangrentas e lucrativas do mundo  e  foi obrigado a deixar sua terra natal e esteve a ponto de abandonar a Itália no final de 2008.
De acordo com a história e com a Bíblia judaico-cristã, Gomorra foi uma das cidades destruídas pela ira de Deus com fogo e enxofre descido do Céu, a outra foi Sodoma. Ainda, segundo o relato bíblico, a cidade e seus habitantes foram destruídos por Deus devido à prática de atos imorais.
Na obra de Roberto Saviano, ele transcreve nos mínimos detalhes cada passo da máfia napolitana, que é considerada uma das mais sangrentas de todo o mundo que rouba, destrói, ou até mesmo tira a vida de qualquer um sem piedade.
Ninguém escapa das garras destes criminosos, agentes governamentais, pessoas comuns, negociantes, membros do Poder Judiciário, políticos e integrantes do clero da Igreja Católica, todos são vítimas potenciais da Máfia napolitana, assassinados ou aliciados por ela.
Navios não cessam de depositar no porto de Nápoles produtos de todo gênero, procedentes do próprio território italiano e também de outras regiões européias – restos de substâncias químicas, elementos considerados venenosos e, surpreendentemente, corpos humanos. Tudo aí desembarca ilegalmente. Destes recipientes de carga ao universo da moda dos altos círculos, Saviano vai desvendando o mistério desta organização letal, revelando como ela se infiltra nos lugares e setores mais remotos, dentro e fora do país, gerando no território italiano uma situação insustentável quando eleva ao topo o nível de criminalidade no continente europeu.
A Camorra atua tanto em planos menos significativos, como a transação de produtos piratas nos mercados de camelôs e a corrupção no campo do comércio do lixo, quanto nas esferas requintadas do mundo fashion e da arte, alcançando também o universo do tráfico mundial de drogas. Toda esta movimentação tem como cenário as maiores metrópoles do Planeta, de um extremo a outro, do Leste da Europa à América do Norte, da região chinesa ao Brasil.
Não deixem de conhecer esta obra. Gomorra é um livro fundamental para decifrar a mecânica do crime organizado e que ajuda a entender as entranhas do capitalismo global. Vale a pena mesmo!

Recomendo.

HITLER, UMA BIOGRAFIA


Em “Hitler” o autor Ian Kershaw retrata a vida do maior ditador da historia mundial, Adolf Hitler, um austríaco que após sofrer muito em sua infância e adolescência, torna-se um garoto rebelde, deixando assim seu nome gravado na história alemã e mundial.
Adolf Hitler morava numa pequena localidade perto de Linz, na Alta Austria, próximo da fronteira alemã. O seu pai, Alois Hitler que nascera como filho ilegítimo, era funcionário da alfândega. Até aos seus quarenta anos, o pai de Hitler, Alois, usou o sobrenome da sua mãe, Schicklgruber. Em 1876, passou a empregar o nome do seu pai adotivo, Johann Georg Hiedler, cujo nome terá sido alterado para "Hitler" por erro de um escrivão.
Adolf Hitler chegou a ser acusado, depois, por inimigos políticos, de não ser um Hitler mas sim um Schicklgruber. A própria propaganda dos aliados fez uso desta acusação ao lançar vários panfletos sobre diversas cidades alemãs com a frase "Heil Schicklgruber" - ainda que estivesse relacionado, de fato, aos Hiedler por parte da sua mãe.
A mãe de Hitler, Klara Hitler prima em segundo grau do seu pai. Este a trouxera para sua casa para tomar conta dos seus filhos, enquanto a sua outra mulher, doente e prestes a morrer, era cuidada por outra pessoa. Depois da morte desta, Alois casou-se, pela terceira vez, com Klara, depois de ter esperado meses por uma permissão especial da Igreja Católica, concedida exatamente quando Klara já se mostrava visivelmente grávida. No total, Klara teve seis filhos de Alois. No entanto, apenas Adolf, o quarto, e sua irmã mais nova, Paula, sobreviveram à infância.
Hitler teve pouco rendimento na escola e não recebeu o certificado, interrompendo os estudos aos 16 anos, em 1905. Por dois anos viveu ocioso em Linz. Após a morte da mãe, Klara Hitler, em 1908, ainda vivia de pequeno rendimento, com o qual se manteve em Viena. Desejava ser estudante de arte, mas falhou duas vezes que tentou entra para a Academia de Artes. Por alguns anos viveu só e isolado, conseguindo uma pequena renda com a pintura de cartões postais e anúncios, e vagando de um abrigo municipal para outro.
Em 1913 Hitler mudou para Munique. Foi chamado temporariamente à Áustria para ser examinado para o exército e foi rejeitado como incapaz, mas quando começou a guerra de 1914, apresentou-se como voluntário do exército alemão. Serviu durante a guerra, foi ferido em 1916 e envenenado por gás dois anos depois. Por bravura em ação foi duas vezes condecorado com a cruz de ferro, uma condecoração rara para um cabo. Com alta do hospital após a derrota alemã, ficou alistado no seu regimento e designado como agente político, juntou-se ao pequeno Partido dos Trabalhadores Alemães em Munique. O partido era pequeno, comprometido com um programa de princípios socialistas, de liderança dividida, e tinha apenas 53 membros quando Hitler juntou-se a ele.
No primeiro momento Hitler não foi muito bem aceito. Porém, conscientes de que o futuro do partido dependia do seu poder de organizar a publicidade para conseguir fundos, os dirigentes deram-lhe a presidência com poderes ilimitados em julho de 1921. Desde logo ele decidiu criar um movimento de massas.
Movimento este de encontro de antigos e insatisfeitos soldados do exercito alemão, relutantes de retornar a vida civil, e por agitadores políticos empenhados no tradicional separatismo ou em protestos contra o governo republicado de Berlim. Visando esse público, Hitler engajou-se em uma incansável propaganda através do jornal do partido. Assim Hitler começa a mostrar todo seu poder de liderança e sua autoridade diante de todos.
Então Hitler começou a construir o partido Nazista uma figura importante era Ernest Röhm que, além de membro do novo Partido, fazia parte do comando distrital do exercito, e era responsável por garantir a proteção do governo da Baviera, o qual, porque dependia do exército local para a manutenção da ordem, tacitamente aceitava suas violações da lei e sua política de intimidação. Röhm foi de grande ajuda. Foi ele quem recrutou as esquadras, o chamado "braço forte", utilizadas por Hitler para proteger os comícios do partido, atacar os socialistas e os comunistas. Em 1921 estas foram formalmente organizadas sob as ordens de Röhm em um exército privado do partido.
O principal fator desse rápido crescimento do partido nazista na Bavária veio com a tentativa de golpe para tomada do poder, o atentado de Munique, quando Hitler e o general Erich Luderndorff tentaram forçar o comando do exército a proclamar uma revolução nacional. Quando levado a julgamento Hitler tirou vantagem da imensa publicidade que o acontecimento lhe deu.
Vantagem esta que o fez assumir o controle da Alemanha, no momento da “Grande Depressão” que foi uma grande depressão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX.
Após assumir o controle em 1934 Hitler criou o Terceiro Reich, império alemão, se consolidando Fuhrer, líder na língua alemã.
Sua primeira medida como ditador foi a execução de milhares de judeus, comunistas, homossexuais, negros e outros nos campos de concentração. Esse episódio ficou conhecido como “Holocausto”.
Um nome fundamental no surgimento do nazismo foi Joseph Goebbels. Hábil orador, cineasta e agitador, Goebbels foi nomeado ministro da propaganda nazista. Além de censurar os veículos de imprensa, Goebbels fazia filmes que alienavam a população, com promessas de um mundo melhor, com a supremacia ariana. Controlava o rádio, a televisão e os jornais, divulgando seus filmes e discursos a favor do partido Nazista.
Em 1939, teve início a Segunda Grande Guerra. Hitler, colérico, enviou toda a tropa alemã. Depois de inúmeras derrotas, o exército alemão tentou a última cartada: em junho de 1941 invadiu a União Soviética. Apesar das vitórias iniciais, Hitler não contava com o rigoroso inverno e suas tropas foram surpreendidas, ficando cercadas por tropas russas. Sem comida, sem água e enfrentando um forte frio, o exército alemão foi derrotado. Hitler, cercado pelo exército vermelho, em seu bunker, seu esconderijo militar, suicidou-se com um tiro na cabeça.

Um livro fantástico. Uma biografia sem comparação.

Recomendo a todos.

O HOMEM QUE QUERIA SALVAR O MUNDO


" O Homem que Queria Salvar o Mundo”, relata a história de Sergio Vieira de Mello, um dos mais carismáticos diplomatas brasileiro de sua época, que viveu e morreu servindo o País em várias partes do mundo.
Este livro foi escrito por Samantha Power, jornalista e professora de relações internacionais da Universidade de Harvard, hoje uma das maiores autoridades nos assuntos. Parte de sua grande experiência foi adquirida como assessora de política internacional do então senador americano Barack Obama, no período de 2005 a 2008.
O livro é praticamente uma biografia de Sergio Vieira de Mello, que nasceu em 15 de março de 1948, no Rio de Janeiro. Punido pelo regime militar, seu pai foi obrigado a se mudar com a família para o exterior e com isso, Sergio ingressou cedo na carreira diplomática, seguindo a profissão de seu pai, aos 21 anos, Mello começou a atuar na ONU - Organização das Nações Unidas , conciliando o seu trabalho com os estudos de filosofia na Universidade de Paris, onde morava.
Na ONU, o brasileiro atuou no setor para refugiados, em Genebra, e serviu em operações humanitárias e de paz por regiões onde havia conflitos e guerras como em Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique e Peru. Hábil negociador Mello se destacou na suas atividades e em 1981, foi nomeado para o cargo de Conselheiro Político Sênior das forças da ONU, no Líbano.
Depois disso, ocupou diversas funções importantes na instituição, como a de diretor de departamento regional para Ásia e Oceania, enviado especial do Alto Comissário ao Camboja e coordenador humanitário da ONU na região dos Grandes Lagos, na África.
Em 1996, Mello foi nomeado Assistente do Alto Comissário da ONU para refugiados e, dois anos depois, assumiu em Nova Iorque o cargo de Subsecretário Geral para Casos Humanitários e Coordenador de Emergência. Em Kosovo, assumiu temporariamente a função de representante geral do Secretário-Geral da ONU. Quando atuou no Timor Leste, Mello ocupou o cargo de
Administrador Transitório da ONU, tendo como maior feito, o encaminhamento que levou o Pais à Independência e à realização de eleições livres.
Em 12 de setembro de 2002, atingiu seu auge na questão de Direitos Humanos da ONU, quando foi nomeado para o cargo de Alto Comissário de Direitos Humanos da ONU, permanecendo nesta função até 2006. Na seqüência, no mesmo ano, assumiu como representante especial do Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, para o Iraque, onde ficou apenas 4 meses. Sua missão era restabelecer a tranqüilidade e ajudar o País a construir um governo democrático no pós-guerra.
Sergio Vieira de Mello teve sua capacidade comprovado pelos diversos cargos de grande importância que ocupou na ONU em diversas partes do mundo, e já se previa no futuro, a possibilidade de vir a ser o Secretário Geral, um dos cargos com mais poder no mundo, mas sua missão foi interrompida após a explosão de um carro-bomba estacionado em frente ao hotel que servia de sede provisória da ONU no país. Neste ataque terrorista, o mais violento ataque realizado contra uma missão civil da ONU até aquela época, alem do Sergio Vieira, outros 21 funcionários foram mortos e cerca de 150 pessoas ficaram feridas. Este ataque foi atribuído pelo Estados Unidos à rede Al Qaeda, de Osama Bin Laden. Após o ataque houve a retirada dos funcionários estrangeiros da ONU no território iraquiano.
O corpo do diplomata foi enterrado no cemitério de Plainpalais, em Genebra. Alguns meses após o atentado, a ONU realizou uma homenagem póstuma, entregando o Prêmio de Direitos Humanos das Nações Unidas àquele que foi um dos mais importantes diplomatas do Brasil e da entidade.  Na vida pessoal, Sergio era separado de sua esposa Annie, com quem teve dois filhos Laurent e Adrian.
Um livro fantástico! Sergio Vieira de Mello foi um exemplo do que é ser brasileiro.

Recomendo a todos.

SAGARANA


Guimarães Rosa é um dos meus autores prediletos, um dos melhores escritores brasileiro de todos os tempos. Ele publicou inúmeras obras, todas sensacionais e hoje vou escrever sobre “Sagarana”, um livro muito interessante, que possui nove contos, que citarei mais abaixo. Grande contador de historias, João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, cidade mineira em 27 de junho de 1908 e foi o primeiro dos seis filhos de D. Francisca, Chiquitinha, Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" comerciante, juiz de paz, caçador de onças e contador de histórias.
O BURRINHO PEDRÊS Esta é a historia de Sete de Ouros, um burrinho decrépito que já fora bom e útil para seus vários donos. Esquecido na fazenda do Major Saulo, tem o azar de ser avistado numa travessia pelo dono da fazenda, que o escala para ajudar no transporte do gado. Na travessia do Córrego da Fome, todos os cavalos e vaqueiros morrem, exceto dois: Francolim e Badu; que conseguem se salvar, um montado e outro agarrado ao rabo do Burrinho Sete de Ouros.
A VOLTA DO MARIDO PRÓDIGO
Outro conto do livro é sobre Lalino, um típico malandro que não aprecia o trabalho, apenas a boa vida. Abandona o serviço na estrada de ferro e vai para o Rio de Janeiro, largando sua mulher, Maria Rita, a Ritinha, na região. No seu retorno, a encontra casada com o espanhol Ramiro. Lalino torna-se cabo eleitoral do Major Anacleto, que, graças a ele, ganha a eleição. Laio, como também é conhecido, reconcilia-se com Maria Rita no fim do conto.
SARAPALHA
Esta é a  história de dois primos, Ribeiro e Argemiro, que foram contaminados pela malária que se espalhou no vau de Sarapalha. Os dois primos estão solitários na região, já que parte da população morrera e os demais fugiram, entre os quais a mulher de Ribeiro, Luísa. O primo Argemiro, imaginando que não sobreviveria à doença e querendo ter a consciência tranqüila na hora da morte, confessa o interesse pela esposa do Ribeiro.  Esta confissão não agradou ao primo Ribeiro, reage à confissão de forma agressiva e expulsa Argemiro de suas terras, sem nenhuma complacência.
DUELO
Turíbio flagra sua mulher, Silvana, com o ex-militar Cassiano Gomes. Turíbio, com o intuito de vingar sua honra, confunde-se e acaba matando o irmão de Cassiano Gomes.  Desesperado, Turíbio foge para o sertão e é perseguido pelo ex-militar. Nessa disputa, os dois alternam os papéis de caça e de caçador. Cassiano adoece e, antes de morrer, ajuda um capiau chamado Vinte e  Um, que passava por dificuldades financeiras e em troca pede para ele vingue a morte de seu irmão. Turíbio, ao saber da morte de Cassiano volta para casa e é surpreendido por Vinte e  Um, que o executa para vingar seu benfeitor.
MINHA GENTE Conta a história de Emilio, que é apaixonado por sua prima Maria, além de o problema de serem primos, Maria não corresponde ao amor de Emilio, pois ela amava Armando, então ele no intuito de fazê-la sentir ciúmes finge estar namorando com outra mulher.O autor desenrola neste conto, uma situação bastante presente nos dias atuais. O amor não correspondido.
SÃO MARCOS
Este conto é sobre José, um homem supersticioso, mas que mesmo assim zomba dos feiticeiros do Calango-Frito, em especial de João Mangolô. Izé, como é conhecido, recita por gozação a Oração de São Marcos para Aurísio Manquitola, que lhe custou uma dura repreensão por banalizar uma prece tão poderosa.
Certo dia, caminhando no mato, Izé fica subitamente cego e passa a se orientar por cheiros e ruídos. Perdido e desesperado recita novamente a Oração de São Marcos. Guiando-se pela audição e pelo olfato, descobre o caminho certo: a cafua de João Mangolô. Lá, tenta estrangular o feiticeiro e, ao retomar a visão, percebe que o negro havia colocado uma venda nos olhos de um retrato seu para vingar-se das constantes zombarias.
CORPO FECHADO
O conto agora é sobre Manuel Fulô, um contador de histórias que se faz de valente, e é dono de uma mula cobiçada pelo feiticeiro Antonico das Pedras-Águas. Este, por sua vez, tem uma sela desejada por Manuel. Enquanto o Manuel se gaba de sua invejada valentia, o verdadeiro valentão do pedaço, Targino, aparece e anuncia que dormirá com a noiva de Manuel.   Desesperado, Manuel, o desafia para um duelo.  O feiticeiro visita Manuel Fulô e promete fechar-lhe o corpo, em troca da mula. Após o trato, há o duelo, o feitiço parece funcionar e Manuel vence a batalha e perde a mula.
CONVERSA DE BOIS
Guimaraes Rosa nos conta a viagem de um carro de bois, com oito animais, que leva uma carga de rapadura e um defunto. À frente vai Tiãozinho, o guia, lamentando a morte de seu pai, ali transportado. Tiãozinho que se tornara, após a morte de seu pai, dependente de Agenor Soronho, o dono da boiada. Homem cruel maltratava o menino e havia transado com a mãe de Tiãozinho, durante a doença do pai.  Os maus tratos com o menino são tantos que os bois comentam entre si as atitudes do carreiro Agenor. Para exibir seus talentos como carreiro, obriga, de forma cruel, os bois a superar a ladeira onde a carroça de João Bala havia tombado. Superado o obstáculo, os bois, furiosos, aproveitam-se do cochilo de Agenor e puxam bruscamente a carroça, matando seu algoz.
A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA Augusto Esteves Matraga, um poderoso fazendeiro da região, impunha um modo ditatorial no vilarejo em que vivia. Com a morte de seu pai e com a vida desregrada que levava perdeu todos os bens, sendo uma parte para seu inimigo, Major Consilva que, no passado também fora inimigo de seu avô Matraga. Indignado com a situação, Augusto Esteves vai à casa do Major Consilva, que o aprisiona e manda que seus capangas o marquem a ferro e o matem. Augusto depois de ser espancado e marcado a ferro no glúteo se joga em um em um rio para se livrar da morte. Julgando-o morto, sua A sua mulher, Dinorá e sua filha também vão morar com Ovídio Moura.
Um casal de negros encontra Augusto moribundo e cuidam de seus ferimentos físicos e espirituais. Augusto decide abandonar a antiga vida e muda-se, com o casal, para o único chão de terra que restara de sua herança. Em Tombador, torna-se um homem de bem, trabalhador e honesto.
Quando um jagunço conhecido e temido do sertão, Joãozinho Bem-Bem, aparece na região, os dois se tornam amigos. Mas a Augusto e o jagunço se desentendem e pressentindo que chegara sua “hora e vez”, Augusto decide sair de Tombador e acaba encontrando Joãozinho Bem-Bem que estava no local para executar, por vingança, uma família da região. Augusto intervém, pedindo que o jagunço desista da execução, mas ele recebe a atitude do amigo como uma afronta e em um duelo, ambos morrem.
Um livro fantástico, que demonstra ao leitor contos, que se lidos com atenção, uma mensagem para toda a vida.
Recomendo a todos.

Meu Nome é Vermelho


“Meu Nome é Vermelho” do autor Orhan Pamuk, ganhador do Premio  Nobel de Literatura de 2006, revela a vida do final do século XVI na Turquia. Mesclando narradores a cada capitulo, Orhan Pamuk, demonstra todo seu talento de persuasão e entendimento sobre o assunto que se propõe a tratar, ao fazer toda a trama dos personagens sobre sua terra natal, Istambul.
O livro retrata a historia de uma arte que hoje praticamente não existe mais, ou é muito rara, que é o iluminista, extraordinários artistas que retratavam em figuras pintadas a mão, trabalhos ricos em detalhes. Os livros escritos e ilustrados por estes profissionais podem ser encontrados em grandes bibliotecas ou em fotos pela internet. Um trabalho grandioso.
A historia do livro  inicia com uma viagem até Istambul, do século XVI onde  a cidade estava em festa, pois comemoravam o primeiro século de Hergira, cerimônia esta que celebra a partida do profeta Maomé e seus seguidores da cidade de Meca para Yatrib  no ano 622 da Era Cristã.
Para comemorar este evento grandioso, o sultão encomendou que fosse escrito e desenhado um livro que pudesse representar a riqueza e o poder do Império Otomano, que passava o seu melhor momento.  Para realizar esta obra são convidados os mais renomados pintores miniaturistas da época.
O objetivo do sultão era  os pintores miniaturistas  fazerem as iluminuras com técnicas ocidentais, na qual transparecesse o modo de florescimento da pintura renascentista. Esta forma de editar o livro afrontava diretamente os princípios islâmicos e daí inicia o desenrolar deste grande romance.
Um iluminista da corte aparece morto no fundo de um poço e dai inicia-se uma historia não só de mistério, mas também uma história de amor.  A narrativa desenrola-se em torno das investigações deste homicídio, contada alternadamente por diferentes personagens, a maioria humanas, mas também por animais e objetos. Um romance exótico onde se espelha a tensão entre Ocidente e Oriente. Quem seria o responsavel pelo crime?
Todos suspeitavam dos islâmicos, mas ninguém podia afirmar ou será que foi alguma rivalidade profissional? Crime passional?’ Ninguém sabia.Esse suspense se prolonga por vários capítulos, sendo passada a narração por vários personagens.
Um dos personagens, Negro depois de ficar  doze anos de ausente,  volta a Istambul e é convocado a assumir o caso e desvendar o mistério, porém como naquela época a política era muita rígida, foi dado ao Negro apenas três dias para ele descobrir que teria sido o assassino do miniaturista. Caso conseguisse essa façanha no prazo determinado,  poderia se casar com seu único e verdadeiro amor, a bela Shekure, mas se não conseguisse seria condenado a morte.
Negro começa as investigações e o autor narra historias contados por diversos personagem, entre eles um cachorro, um cadáver, uma moeda falsa e até a cor Vermelho,  que da nome ao livro, e que seria um dos grandes aliados para o descobrimento do mistério que a tempos tirava o sono de muitas pessoas.
Vencido o prazo de  três dias, Negro  teria que contar a todos o que havia descoberto, se é que havia descoberto algo. A ansiedade e o medo tomavam conta do herói do livro, que apesar do  nervosismo e pressão que sofria, sabia quem era o assassino, mas sabia que ao revelar o nome, seria  um choque para todos.
Querem saber o final desta historia? Se eu contar aqui e agora vou criar o desinteresse em muitos, razão que sugiro a leitura do mesmo. O livro é maravilhoso.
Recomendo a todos

Auto da Barca do Inferno


Auto da Barca do Inferno é um dos livros mais lidos e comentados o grande autor Gil Vicente, pois ele consegue em um teatro mostrar como seria a decisão de quem vai para o céu e quem vai para inferno, sendo representado por Anjo e o Diabo, respectivamente.
Por este teatro passam diversos personagens, cada um com sua história, com seus acertos e erros, porém todos estão agora diante de Anjo e do Diado para através do julgamento, decidir vossos caminhos.
Fidalgo Anrique é o primeiro, trazendo consigo um pajem carregando uma cadeira com encosto e ricamente vestido. Mas este acessório não interfere em nada é um julgamento moral, ou seja, o dinheiro não tem importância alguma. Diabo é o primeiro a receber as almas, convida o fidalgo a entrar na barca, ao saber do destino ele zomba. Por ter deixado alguém que rezasse por ele queria ir para o Céu, porém que ao ser rejeitado pelo anjo ele mostra certa humildade quando se arrepende da vida vazia que levou. Pois o que havia o levado a condenação foi a tirania, a frieza e a soberba.
O próximo é o Onzeneiro Ambicioso. Este é condenado pela avareza e ganância, traz consigo uma grande bolsa onde guardava o dinheiro que roubava das pessoas quando vivo, era agiota. O Diabo o cumprimenta alegre, mas Onzeneiro se recusa a entrar nesse batel, mas é despedido pelo anjo que condena por ele ser muitíssimo ambicioso.
A próxima alma a chegar é o Parvo. Sem saber o que estava acontecendo, ele é recebido pelo diabo, que usa diversos argumentos para convencê-lo de entrar em vossa barca. Ao descobrir o destino da barca infernal, o parvo xinga o diabo e vai até a barca da glória. Ao chegar, o parvo diz não ser ninguém, mas pela sua humildade, modéstia e honestidade, a sua sentença é a glorificação.
Agora quem entra em cena para o julgamento é o Sapateiro, que traz consigo tudo o que sempre utilizou para efetuar seu trabalho. Ao saber o destino da barca do inferno, ele recorre ao anjo, mas sua tentativa é nula, pois foi condenado por roubar o povo com seu ofício durante 30 anos e por sua falsidade religiosa.
O próximo é Frade que chega ao julgamento alegre e confiante, acompanhado de sua amante e usando roupas sacerdotais por cima de uma roupa de esgrima, esporte no qual se considerava muito ágil, é convidado pelo Diado a entra na barca infernal. Achando tal proposta absurda recorre ao Anjo, que ao menos o concede a palavra e o condena ao Inferno pelo sua falsidade religiosa.
Agora era a vez Brísidia Vaz, uma mulher atraente, mas muito má, Brisidia era uma mistura de feiticeira, cafetina, entre outros. Tinha em si um forte poder de sedução. Ao chegar ao julgamento é recepciona pelo Diado que a chama para adentrar a barca do inferno, no entanto ela sente que existe possibilidades de conseguir entrar na barca do Céu, então vai até o Anjo e tentando utilizar todo seu chamar o pede para que a deixe entrar em vossa barca. O Anjo muito sábio, percebe e a condena por prostituição e feitiçaria.
A seguir, é a vez do judeu, que chega acompanhado por um bode. Mudando um pouco dos pedidos dos anteriores, ele pede para ingressar na barca do inferno, mas lá até o Diabo o recusa, não contente o judeu, muito rico, tenta suborna o Diabo que sem ceder continua a recusa-lo. O judeu fala então com o anjo, porém não consegue aproximar-se dele: é impedido pelo Parvo, que o acusa de não aceitar o cristianismo. Por fim, o diabo aceita levar o judeu e seu bode, mas não dentro de sua barca, e, sim, rebocados.
O corregedor e o procurador, representantes da justiça, chegam a seguir, trazendo diversos livros e processos. Quando convidados pelo diabo para entrar na barca, usufruindo de todo o poder de argumentação começam a elaborar suas defesas, então se encaminham ao Anjo. Na barca do céu, o anjo os impede de entrar: são condenados à barca do inferno por manipularem a justiça em benefício próprio. Ambos farão companhia à Brísida Vaz, revelando certa familiaridade com a cafetina, o que nos faz crer em trocas de serviços entre eles e ela.
O próximo a chegar é o enforcado, que acredita ter perdão para seus pecados, pois em vida foi julgado e enforcado. Mas também é condenado a ir ao inferno por corrupção. Assim se encerrar o julgamento.

Um livro fantástico.

Recomendo a todos.

IRACEMA


No livro “Iracema” do grande escritor brasileiro, José de Alencar, conta a história de amor vivida por Martin, um português, e Iracema uma índia tabajara. Eles se apaixonaram  quase que à primeira vista. Devido a diferença étnica, por ser Iracema filha do Pajé da tribo e por um membro da tribo, o índio Irapuã  gostar dela e não permitiria jamais o relacionamento entre a índia e o português, restou somente a solução de fugirem para poderem ficar juntos,  em nome do grande amor que sentiam um pelo outro.
Então, Iracema e Martim, fogem das terras dos tabajaras, e passam a morar com os Pitiguaras, na tribo liderada por  Poti. Esta mudança causou em Iracema  um grande sofrimento, mas seu amor por Martim é  mais forte, que logo ela se acostuma, ou pelo menos, não deixa transparecer. A fuga de Iracema faz com que seja travada uma nova batalha entre os Tabajaras e os Pitiguaras.  A razão e o motivo é que  Irapuã quer se vingar de Martin, que "roubou" Iracema.  Poti, índio pitiguara, que é amigo de Martin, para protegê-lo, aceita a briga com a tribo vizinha.
A nação tabajara alia-se com os franceses que lutavam  contra os portugueses, pelo domínio das  terras.  E os Pitiguaras fazem uma aliança com os portugueses. Estava pronto o cenário da guerra, que como tantas outras têm inicio com um simples pretexto.
O português Martim, com o passar do tempo começa a sentir falta das da família e das pessoas que deixou em Portugal, e  acaba de distanciando de Iracema, não dando muito atenção a ela. Esta, por sua vez, já grávida, sofre muito percebendo a tristeza e o desprezo do amado para com ela. Sabendo que é o motivo do sofrimento de Martim, ela resolve morrer depois que dar à luz ao filho.
Sabendo da ausência de Martim, Caubí, irmão de Iracema, vai visitá-la dizendo que já a perdoou por ter fugido e dado às costas à sua tribo. Acaba conhecendo o sobrinho, e promete fazer visitas com mais freqüência aos dois e Caubi conta ao seu pai, Araquém, que estava muito velho e muito doente, por causa da fuga de Iracema.
Numa época que Martim não estava na aldeia, Iracema tem seu filho, Moacir.  Os primeiros meses não foram  nada fáceis. Iracema sofria muito e não se alimentava direito. Iracema estava só e lutava com todas suas forças para sobreviver e cuidar de seu filho. Quando seu amado Martin voltou, Iracema entregou  seu filho Moacir para Martin e devido a fraqueza  que estava acometida, veio a falecer. Iracema foi enterrada ao pé de um coqueiro, na borda de um rio, o qual mais tarde seria batizado de Ceará, e que daria também nome à região banhada por este rio.
Ao meio desta bela história de amor, estão os conflitos tribais, intensificados pela intervenção dos brancos, preocupados apenas em conquistar mais territórios e as riquezas das terras habitadas pelos índios.
Um livro fantástico, no qual reúne contextos históricos e um romance surpreendente.
Recomendo à todos.

A Bola de Neve - Warren Buffett e o Negócio da Vida


Hoje no noticiário da Internet, especificamente no site da UOL, saiu publicado a noticia abaixo
"O bilionário Warren Buffett, dono da Berkshire Hathaway, revelou nesta terça-feira (17) que tem câncer de próstata em estágio 1, mas disse que sua condição "não representa uma ameaça à vida nem implica que ficará debilitado de maneira significativa".
Buffett disse que começará um tratamento de dois meses de radiação diária, com início em meados de julho. Durante esse período, ele terá pouca condição de fazer viagens, segundo afirmou em comunicado.
A Berkshire está a menos de três semanas de seu encontro anual em que mais de 40 mil acionistas vão à sua sede em Omaha, no Nebraska, Estados Unidos. Buffett costuma ocupar uma posição central no evento.
Já havia expectativa de que o encontro deste ano tratasse do tema sucessão, depois de que Buffett, de 81 anos, disse em carta aos acionistas que o Conselho da Berkshire tinha identificado um sucessor. O nome do executivo não foi revelado"
Vocês podem perguntar, mas o que tem a ver esta noticia com a linha do blog "Prazer da Leitura"? Tem tudo a ver. No final do ano passado, li a historia deste grande empresário, no livro " A Bola de Neve", que recomendo a todos. Recentemente, passou uma grande reportagem com este homem e foi revelada diversas facetas de sua personalidade, entre elas a simplicidade.
Imagine uma situação como esta: ser um dos homens mais ricos do mundo e morar na mesma casa à mais de 50 anos, não se importar com carro - para ele, carro é somente uma condução e nunca um icone de poder. Não tem iate, não gasta de restaurantes sofisticados e é apaixonado por hamburguer e Coca Cola - tornou-se seu principal acionista e embora tenha uma frota de aviões comerciais, comprou para uso particular um avião usado, que tinha o objetivo de faze-lo ganhar tempo.
Sua simplicidade, segundo o livro também era extensiva a maneira de se vestir. Não usava roupas de griffe e embora seus amigos sempre insistissem, ele sempre estava vestido de maneira simples e confortavel, de seu ponto de vista. A narrativa do livro é até engraçada, pois a autora narra a completa aversão de Warren Buffett à modernidade da tecnologia.
Mais importante e mais significativo do que isso tudo, foi  Warren Buffett demonstrar ao mundo que a verdadeira riqueza de uma pessoa não reside na quantidade e variedade de bens materiais ou no tamanho da conta bancária que ela possui em decorrência de uma vida de trabalho, mas sim no exemplo de vida que ela edifica em decorrência de uma vida dedicada ao trabalho.

Vale a pena ler este livro.

Recomendo.

O Livreiro de Cabul


Hoje fiquei com vontade de escrever sobre um livro que li quando estava no topo da lista dos mais vendidos, "O Livreiro de Cabul". O enrendo do livro transcorre no dominio dos Talibâ, no Afeganistão. É uma reportagem fantastica sobre aquele povo sofrido pela guerra e por todas as dificuldades impostas por um regime politico incompativel com a nossa realidade.
Esta obra foi escrito por Åsne Seierstad, uma jornalista norueguesa nascida em 10 de fevereiro de 1970. Formada em filologia russa e espanhola e em história da filosofia pela Universidade de Oslo,  atua como correspondente de guerra desde 1994 e nesta atividade cobriu diversos confrontos internacionais para meios de comunicações escandinavos, holandeses e alemães, o que lhe rendeu prestigiosos prêmios, entre os quais o Free Speech Award,em 2002, e o Grande Prêmio Norueguês de Jornalismo, em 2003. Cobriu a invasão do Afeganistão e a Guerra do Iraque em 2003.
No livro, o personagem principal, Sultan Khan, é inspirado em um livreiro de carne e osso, que enfrentou poucas e boas para garantir o funcionamento de suas livrarias durante o Talibã. Embora tivesse um comportamento liberal e progressista na área da cultura, Sultan Khan dirigia a família com mão de ferro, seguindo os preceitos do fundamentalismo islâmico no trato com as esposas e filhos.
Sendo bem objetiva nos argumentos, a autora não esconde a admiração que aprendeu a sentir pelo patriarca do clã que a hospeda na tumultuada Cabul de muitas guerras civis e invasões. Mesmo admitindo que algumas ações de seu anfitrião são condenáveis sob o ponto de vista da sociedade na qual foi educada, Asne não deixa de mostrar um outro ponto de observação pelo qual o leitor pode tecer suas próprias considerações.
Boa parte das ações humanas se origina na zona cinzenta que faz o ponto de intersecção entre a luz e a sombra. Pena que a família do livreiro não gostou do resultado, ou se arrependeu de deixar alguém devassar sua intimidade.
Sem esconder a opressão vivida pelas mulheres afegãs, tema largamente explorado na literatura e amplamente mostrado na mídia, ela investe em esmiuçar outro ângulo da mesma questão, revelando que as relações de gênero no Afeganistão são bem mais complexas do que sonha a vã filosofia maniqueísta da cultura ocidental. Os homens de lá também vivem oprimidos, tanto por regimes que cerceiam as liberdades civis, quanto pelo peso da tradição.
Um tema muito explorado é as repressões sofridas e a desigualdades, tratando as mulheres com inferioridade extrema perante aos homens, ela investe em relatar outro ângulo da mesma questão, revelando que as relações de gênero no Afeganistão são bem mais complexas do que sonha a vã filosofia maniqueísta da cultura ocidental. Os homens de lá também vivem oprimidos, tanto por regimes que cerceiam as liberdades civis, quanto pelo peso da tradição.
Um livro espetacular, pois Åsne Seierstad consegue em cerca de 300 paginas, passar todo seu estudo antropológico de forma com que o livro não se torne maçante para o leitor.

Muito Bom.

Recomendo a todos.

Memórias de um Sargento de Milícias


O livro “Memórias de um Sargento de Milícias” foi um grande romance escrito por Manuel Antônio de Almeida, publicado na sua primeira edição em 1854. O autor relata a historia de Leonardo, mas tudo começa com a viagem que os pais do nosso personagem principal fazem de navio, de Lisboa ao Rio de Janeiro. Durante a viagem, Leonardo Pataca, o pai e Maria Hortaliça, a mãe, se conhecem e no vai e vem da travessia do Oceano Atlântico, se apaixonam e logo após se casam e desta união nasceu Leonardo, que no futuro seria o Sargento de Milícias. Desde pequeno, Leonardo era manhoso e arteiro e vivia sempre criando confusão, o que parecia ser inevitável um conflito com o Major Vidigal, considerado o homem forte da policia local (milícias) e que não suportava malandros.
Leonardo praticamente foi criado pelo seu padrinho, visto ter sua mãe traído o seu pai e quando o mesmo veio descobrir, deu uma surra na mulher, que acabou fugindo com seu amante para Lisboa. Deixando seu filho Leonardo ao acaso, uma vez que o pai, Leonardo Pataca também foi embora,
Leonardo (filho) ficou então aos cuidados de seu padrinho, um barbeiro “bem arranjado”,que passou a estimar muito o menino. Planejou fazê-lo padre, iniciou a escrita e a leitura, bem precariamente, e depois o encaminhou à escola. Por esses tempos a madrinha de Leonardo também apareceu e lhe visitava sempre. O menino não passava um dia sem apanhar na escola com a palmatória do mestre. Quando passou a ir sozinho, faltava às aulas e ia para igreja se juntar a Tomás e fazer bagunça.
Embora tenha tentado ser coroinha, seu gênio irrequieto, não permitia que ele seguisse as regras da Igreja e acabou sendo expulso por tanto aprontar e desta maneira passou toda sua infância. Já na sua juventude, embora ainda levasse uma vida de vadiagem, certa ocasião, ele e seu padrinho passaram a frequentar a casa de D. Maria. Leonardo conhece então a sobrinha de D. Maria, Luisinha, e por ela se apaixona.
Ocorreu que D, Maria tinha outros planos para a filha e deu um jeito que ela se casasse com José Manuel. O padrinho morreu e Leonardo foi finalmente viver com seu pai. Ele não se dava muito bem com a madrasta, uma cigana. Numa briga que teve com a madastra, teve que sair de sua casa fugindo, pois seu pai tomou partido em favor da mulher o ameaçou mata-lo com uma espada.
Assim foi a vida de Leonardo, sempre metido em confusão. Uma ocasião, por causa de uma paixão, Vidinha, que também despertava a paixão em outros dois amigos, foi vitima de uma armação e acabou nas garras do temido Major Vidigal. Ele consegue fugir e com a ajuda de sua madrinha, consegue arrumar um emprego na casa real, mas logo também é despedido, por tentar ficar intimo do pessoal da casa.
Entre uma confusão e outra, Leonardo acaba, finalmente, nas mãos do Major Vidigal, que o nomeia granadeiro (soldado) e o coloca numa missão para prender Teotônio. Para isso, mandou Leonardo até a casa do pai dele, que estava dando a festa de batizado da filha e Teotônio animava a festa. A sua missão era permanecer por lá para facilitar a captura de Teotônio, enquanto, Vidigal e seus homens cercavam a casa. No entanto, Leonardo se sentiu um traidor e armou com Teotônio sua fuga sem que se comprometesse. O plano deu certo, mas Leonardo ficou tão alegre que acabou por se denunciar e foi preso pelo Major Vidigal. Ao saber da prisão, sua madrinha pediu ao major a libertação do afilhado, mas como não obteve resultados teve que apelar para Maria-Regalada, a primeira paixão de Vidigal, que somente consentiu em libertar Leonardo, após promessa de sua amada em morar com ele.
Depois de um tempo casada, Luisinha, a grande paixão de Leonardo, ficou viúva. Leonardo, que nesta altura já tinha sido promovido a Sargento, passou a frequentar novamente a casa de D. Maria, e seu amor por Luisinha renasceu e o dela também. A madrinha e D. Maria estavam mais do que de acordo com o casamento deles, o que impedia era o posto de sargento, que não permitia o casamento. Pediram então novamente a ajuda de Vidigal, que nesses tempos já vivia com Maria-Regalada. O homem cedeu com gosto e fez de Leonardo sargento de milícias, ofício que permitia o casamento.

Quem é o mentiroso da sua vida?


Tente responder esta pergunta. A principio você deve achar engraçado ou mesmo citar alguma pessoa próxima de você, mas esta pergunta tem um fundo cientifico muito grande. O autor, Robert Feldman, que é membro da American Psychological Association e da Association for Psychological Science, estudou o ato de mentir e enganar, diariamente por 25 anos e deste grande estudo, ele escreveu este livro de titulo bastante desafiador.
Sem duvida o assunto que é abordado  nesse texto, é o mal que rondou, ronda e sempre rondará a sociedade. Se fizer uma pesquisa pessoal, dificilmente acharemos uma pessoa que diga, com sinceridade, eu nunca menti. Não dá para generalizar, mas pode-se afirmar com segurança que a grande maioria já contou pelo menos uma mentira, por mais insignificante que ela seja.
No trabalho, na vida de um casal, entre os membros de uma família, entre amigos, até mesmo no convívio com desconhecidos a mentira, por mais errada que seja que traia a confiança do enganado, ela acontece. Às vezes involuntariamente ou até mesmo planejada, a humanidade não escapa dela.
Muito se ouve falar da mentira branda, que é na cabeça dos leigos, é uma mentira para o bem, usada, às vezes, para evitar alguma desavença, porém, caro leitor, será que existe “mentira do bem”?’. Segundo Robert Feldman esse termo não passa de um estimulo a mentira, pois apesar de naquele momento a felicidade reinar no local, no instante em que for descoberta a verdade, pode não acontecer nada,  mas pode modificar completamente a vida da pessoa, que foi a “vitima” da mentira contada.
 Outro tema abordado pelo autor é a mentira profissional, que as estatísticas apontam que 15% das pessoas mentem nos seu trabalho. Parece surpreendente o numero citado, mas estudos recentes confirmam que existem muitas mentiras profissionais, seja para conseguir um emprego,  salvar o emprego atual ou apenas para manter uma boa imagem. O estudo desenvolvido pelo autor mostra que 1 em cada 5 trabalhadores estariam dispostos a mentir para se manter no seu emprego.
Na verdade, quem conta a mentira pode até ter um objetivo louvável, como manter um bom ambiente entre colegas ou defender a reputação da sua equipe de trabalho.  Mas a mentira tem “perna curta” e, mesmo na melhor das intenções, faltar à verdade acabará por comprometer a sua credibilidade e a sua carreira, prejudicando também o relacionamento com colegas, chefias e clientes. Assim a honestidade é sempre a melhor política, seja qual for a sua área de atividade, grau de responsabilidade e funções. Espero conseguir fazer isso, mas posso te garantir que não é fácil, diria até impossível, fazer parte do seleto grupo de pessoas que somente falam a verdade, a vida toda. E você, o que acha? Escreva dando sua opinião.

Recomendo a todos.

O Retrato de Dorian Gray


Leio muitos livros e sempre que posso publico uma  rápida resenha sobre o que li, sempre com o objetivo de convida-los a conhecer obras, que na minha opinião, são muito legais e interessantes. Na resenha de hoje recomendo a leitura de um clássico da literatura inglesa, aclamado em toda parte do mundo, vindo inclusive ser um grande sucesso no cinema. Trata-se de "O Retrato de Dorian Gray", escrito por Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde e publicado em 1890. Mais de um século depois, ainda é um grande sucesso editorial.
A narrativa do autor, levando em conta a ápoca que foi escrito o livro, tem uma linguagem até dificil de entender, considerando a utilização de muitas palavras que hoje não são mais utilizadas, mas isto não tira a beleza da obra. No final, além do envolvimento natural com os personagens, podemos aprender um quantidade de palavras novas (velhas).
A narrativa do autor, nos leva a conhecer a historia de Dorian Gray, um jovem inglês, de rara beleza.
Sua beleza era tanta quanto sua ingênuidade. Era tão inocente que se deixava levar por tudo e por todos, sem contestação. Numa ocasião, ele conhece o outro personagem principal do livro, Lorde Henry, uma pessoa cinica, egoista, machista, que faz tudo pensando somente nele, não se importando em nada com os sentimentos das outras pessoas. Dorian passa conviver com Lorde Henry e passa também a se comportar como o seu amigo, sendo totalmente influenciado pelos habitos do seu "tutor". A partir dai a personalidade de Dorian muda. Já não é aquela pessoa inocente, pura. Agora é uma pessoa fria, egoista
Dorian conhece Basil, um pintor, que lhe faz um retrato e o presenteia com o mesmo. Este retrato possui um encantamento que Dorian vai perceber somente mais tarde. Um dia, conhece Sibyl Vane, uma linda menina e ótima atriz e por conta destes predicados, julga-se perdidamente apaixonado por ela, mas quando a mesma se envolve num acontecimento fortuito, ela a deixa imediatamente, sem dar a menor importancia aos sentimentos de Sibyl, com a justificativa que ela já não era boa o suficiente para ele. Chegando em casa, naquele mesmo dia, Dorian nota que o retrato pintado por Basil ganha alguns traços que dão a ele um ar de crueldade e velhice. Este é o encantamento do quadro: Dorian permanece para sempre belo e jovem enquanto a sua imagem no quadro envelhece a cada dia. Parece ser o sonho de todos, não?
Ainda sou jovem e não disponho de formação academica para discutir alguns assuntos abordados no livro, como o tratamento dado as mulheres, que são literalmente humilhadas pelo personagem Lorde Henry. O livro trata também sobre um assunto muito presente nos dias de hoje: a beleza. Será que esta busca quase insana em busca da beleza é o passaporte para um vida plena? Será que é tão importante a beleza para sermos felizes? E a amizade? O autor também trata deste tema e  numa mensagem da trama, fica o questionamento sobre a influência que uma amizade pode causar na formação do carater de uma pessoa.

Vale a pena ler este livro

Getúlio Vargas (1882-1930)


No dia 19 de abril de 1882, no interior do Rio Grande do Sul, São Borja, filho de Manuel do Nascimento Vargas e de Cândida Francisca Dorneles Vargas, nasceu um dos maiores nomes da historia do Brasil, Getulio Vargas. Sua juventude foi bem conturbada, fazendo com que ele chegasse a alterar documentos para fazer constar o ano de nascimento como 1883. Este fato somente foi descoberto nas comemorações do seu Centenário de Nascimento, quando, verificando os livros de registros de batismos da Paróquia de São Francisco de Borja, descobriu que Getúlio Vargas nasceu em 1882, conforme assento de batismo.
Getúlio Vargas nasceu de uma tradicional família da zona rural da fronteira com a Argentina. Os Vargas, como são conhecidos, são originários do Arquipélago dos Açores, e assim como a maioria das famílias povoadoras do Rio Grande do Sul que emigraram para o Brasil em busca de melhores condições de vida.
O casamento de Getúlio Vargas aconteceu na cidade de São Borja, em 4 de março de 1910, com Darcy Lima Sarmanho e tiveram  cinco filhos: Lutero Vargas, Getulinho,  Alzira Vargas, Jandira e Manuel Sarmanho Vargas. Este casamento foi um ato de conciliação, pois as famílias dos noivos apoiavam  partidos políticos rivais na Revolução Federalista de 1893. A família de Darcy Sarmanho era maragato, do Partido Federalista do Rio Grande do Sul, e a de Getúlio ximango, do Partido Republicano Rio-grandense.
Getúlio Vargas iniciou sua carreira politca elegendo-se deputado estadual pelo Partido Republicano Riograndense, o PRR, sendo reeleito em 1913. Renunciou ao 2º mandato  pouco tempo depois de empossado, em protesto às atitudes tomadas pelo então Presidente (governador) do Rio Grande do Sul, Borges de Medeiros, nas eleições de Cachoeira do Sul.
Retornou à Assembleia Legislativa Estadual em 1917, que tinha na época o nome de Assembléia dos Representantes, sendo novamente reeleito em 1919 e 1921. Na legislatura de 1922 a 1924, Getúlio foi eleito líder do PRR e, segundo o suplemento especial da Revista do Globo de agosto de 1950, na condição de líder da maioria, Getúlio se mostrou conciliador e dirimiu conflitos do PRR com a minoria do Partido Federalista do Rio Grande do Sul, o qual em 1928, tornou-se o Partido Libertador.
Um livro fantástico. Este é um breve relato da primeira parte da trilogia que conta a vida de Getúlio Vargas, que Lira Neto, jornalista cearense, nascido em Fortaleza em 1963, que fez talvez a mais profunda pesquisa sobre um brasileiro que marcou epoca na vida e na formação de um Brasil forte.

Vale a pena a leitura.

Recomendo a todos.

1929 - A Grande Crise


Embora ainda não esteja envolvido diretamente com o assunto Economia, não pude ficar indiferente esta semana às noticias desta área, principalmente pela queda das ações do grupo OGX, do multimilionário brasileiro, Eike Batista. A queda do valor das ações das empresas ligadas à este grupo foram enormes, chegando a 40% em apenas 03 dias, que representam bilhoes de reais. É curioso o processo dinamico que denominamos de "Mercado". De um instante para o outro, fortunas são perdidas ou ganhadas e isto me levou a publicar um rapido resumo de um livro que li no inicio do ano, que julgo apropriado para o momento. Trata-se do livro "1929 - A Grande Crise" do escritor canadense John Kenneth Galbraith. Considerado um intelectual publico em Economia, publicou vários livros que foram sucessos editoriais.
O tema abordado pelo livro enfoca o momento vivivo pelo Estados Unidos da América e também do resto do mundo capitalista. A idéia que prevalecia sobre a sociedade americana era a possibilidade de conseguir "dinheiro fácil" e que o enriquecimento rapido era certo. Era tão certo isso, que quase todos os americanos apostavam todo seu dinheiro na especulação financeira, um hábito que ainda hoje eles mantém, evidentemente com a mudança da economia e com os controles governamentais, num grau muito menor.
Em 1929 foi  ápice de uma grande crise economica que teve inicio em 1920. Conhecida como Quebra da Bolsa de Nova York, ela ocorreu num momento que o mundo ainda estava fragilizado, se recuperando do Primeira Guerra Mundial em 1918. Com o fim da Guerra, Os Estados Unidos obtiveram grandes vantagens no mercado mundial e passaram a exportar grandes quantidades de alimentos e fazer emprestimos de grandes volumes de dinheiro para os Paises da Europa, devastados pela guerra. Com isso a economia americana estava aquecida e o mercado em alta.
Como nada é eterno, os paises europeus foram se recuperando economicamente e diminuiram a importação dos produtos industrializados e agricolas dos americanos. Esta redução teve um grande reflexo, pois a enorme produção agricola dos Estados Unidos nesta epoca, principalmente do trigo, não encontrava comprador no exterior e o consumo interno não era suficiente para absorver as colheitas produzidas. Com isso o poder de compra dos americanos diminuiu, o comércio perdeu forças e as industrias, não tendo pra quem vender, reduziram a produção e demitiram funcionários.
Com este cenário, o mercado entrou em queda e com isso a Bolsa de Valores de Nova York, no dia 24 de outubro de 1929 entrou em colapso e quebrou.
Bancos, industrias, comércios e empresas rurais foram a falência e milhoes ficaram desempregados e deste momento foram relatados muitas historias de vandalismo, assassinatos, suicidios.
O mundo foi afetado com esta Grande Crise, inclusive o Brasil, que vendia café para os Estados Unidos. Com a redução da venda deste produto, o preço do café caiu muito e só não causou um caos maior nos preços, graças a intervenção do governo brasileiro. Mas ai começa outra historia.

Conheçam este livro, vale a pena.

FAHRENHEIT - 11 DE SETEMBRO


O Jornalista e repórter americano, Michael Moore, sentiu a necessidade de investigar o fato, já que havia muita obscuridade nas declarações do presidente George W. Bush. De posse de provas, documentos e depoimentos e raciocínio lógico, produziu o documentário “Fahrenheit 11 de setembro”, apresentando uma visão diacrônica que mostra o envolvimento do presidente dos EUA em relações comerciais com o Bin Laden e, vai mais além, explicando que a “guerra contra o terror” era apenas uma manobra publicitária para expandir seus negócios na área de armamentos e utensílios de uso militar.
 O livro "Fahrenheit" descreve o drama  vivido pelos norte-americanos, que começa pouco antes das eleições para presidente. De forma milagrosa, George W. Bush, governador da Carolina do Norte, com alto índice de recusa por parte de seus eleitores, sai do segundo lugar na preferência do eleitorado e se destaca na reta final da campanha. Usando o poder de influência de seu pai, George Bush, que recebera dos príncipes árabes a quantia de um bilhão e quatrocentos milhões de dólares, para financiar negócios da família, o presidenciável injetou dinheiro na campanha e, comprando a mídia eletrônica em todo o país, induziu o colégio eleitoral a votar nele, como melhor opção.
Após a posse o presidente Bush foi passear com sua família, passando maior parte dos seus primeiros oito meses de mandato de férias, pescando, caçando e dando entrevistas, alegando que a segurança americana estava indo “de vento em popa”, motivo pelo qual as famílias estadunidenses poderiam ficar tranquilas enquanto ele se divertia. Depois de cortar as verbas dos setores de segurança nacional, George W. Bush ignorou o alerta dado pela CIA, a polícia federal americana, que descobriu que Osama Bin Laden planejava atacar os Estados Unidos e havia infiltrado muçulmanos em cursos de aviação civil. No dia 10 de setembro de 2001 Bush viajou para o estado da Carolina, onde planejava fazer campanha, para aumentar os índices de aceitação perante o povo. Ele começou a visitar escolas.
No dia 11 o presidente americano estava discursando numa escola, quando recebeu o telefonema alertando que a primeira torre do World Trade Center havia sido atingida. O chefe de estado não mencionou palavra alguma e, após novos ataques, que derrubaram a segunda torre e destroçaram o Pentágono, símbolo do poder bélico norte-americano, o presidente continuou imóvel, sem nada dizer.
Enquanto Nova Iorque pedia socorro ao mundo, Bush mal sabia o que fazer, principalmente porque não poderia saber se algum dos seus amigos árabes, incluindo a família Osama haviam o traído. A Força Aérea americana bloqueou o espaço aéreo, obrigando até o ex-presidente George Bush, pai do chefe de governo e de estado a viajar de carro, mas os mais de vinte familiares da família do maior terrorista do mundo foi retirada de jatinho às pressas dos EUA, furando o bloqueio das forças armadas por ordem direta da Casa Branca.
A resposta presidencial aos ataques terroristas foi que Osama Bin Laden iria pagar pelo que fez e nenhum terrorista ou presidente que o apoiasse ficaria ileso. As forças aliadas da OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, resolveram se unir aos americanos, e como resposta aos terroristas, acusaram os iraquianos, que nunca sequer ameaçaram um americano, de estarem produzindo armas de destruição em massa e bombas nucleares, além de abrigar o terrorista mais procurado do mundo. Iniciados os ataques ao Iraque e Afeganistão, dois dos maiores produtores de petróleo do planeta, seus presidentes foram capturados e o seu poder reduzido a cinzas.
Uma boa sugestão de leitura.

Vale a pena!

Recomendo a todos

ROBERTO MARINHO


Hoje, quando ligamos a televisão, quase que automaticamente damos uma olhada na Rede Globo. Creio que acontece com quase todas as televisões do Brasil. Mas como a Rede Globo chegou ao que é hoje. Esta é uma longa historia, que o livro Roberto Marinho  tem a proposta de mostrar. Escrito pelo jornalista Pedro Bial, o leitor vai conhecer a vida  de um dos homens mais poderosos e influentes do país no século 20, proprietário do maior conglomerado de comunicação do Brasil e um dos maiores do mundo, as Organizações Globo.
Filho do jornalista Irineu Marinho Coelho de Barros e Francisca Pisani Barros, Roberto Pisani Marinho nasceu no Rio de Janeiro no dia 3 de dezembro de 1904 e teve mais quatro irmãos, dois homens e duas mulheres. Foi casado por três vezes e teve quatro filhos, todos de seu casamento com sua primeira esposa, Stela Marinho, sendo eles: Roberto Irineu, José Roberto, João Roberto e Paulo Roberto.
Com seu gênio empreendedor, em sete décadas de trabalho, investiu nas mídias de rádio, televisão, jornal, editora, produção de cinema, vídeo, internet e distribuição de sinal de TV paga e de dados. Suas empresas atravessaram a virada do século 21 com mais de 15 mil funcionários e faturamento de aproximadamente US$ 2 bilhões, tornando-o um dos homens mais ricos do mundo.
Roberto Marinho estudou na Escola Profissional Sousa Aguiar e nos Colégios Anglo-Brasileiro, Paula Freitas e Aldridge. Sempre teve  sua vida sempre ligada ao jornalismo. Em 1911, seu pai fundou o jornal A Noite, o primeiro vespertino moderno do Rio de Janeiro, que logo conquistou a liderança de vendas entre os jornais da então Capital do Brasil.
O livro conta que Irineu Marinho vendeu o jornal “A Noite” e  fundou o jornal  ‘O GLOBO’ dando inicio ali a história da Rede Globo. Nessa época, Roberto Marinho, agora com 20 anos, foi trabalhar com o pai, atuando como repórter e secretário particular. Infelizmente, uma tragédia se abateu sobre Roberto Marinho, pois  21 dias depois do lançamento do jornal, o seu pai, Irineu Marinho morreu de infarto enquanto tomava banho em sua casa.
Apesar da pressão da família para assumir a direção do”O Globo”, Roberto Marinho preferiu deixar o comando da empresa nas mãos do jornalista Euclydes de Matos, amigo de confiança de seu pai. Enquanto isso continuou trabalhando como copidesque, redator chefe, secretário e diretor.Assumiu a direção do jornal somente em  1931, com a morte de Euclydes de Matos.
Roberto Marinho começou a administrar “O Globo” sem modificações, mantendo a mesma gestão do seu antecessor, mas a partir de 1944, ele decidiu investir para expandir sua empresa e comprou uma rádio transmissora e lançou a Radio Globo, a  primeira emissora que marcou o início da formação do seu conglomerado de mídia. Mas o melhor ainda estava por vir, em 1955, onze anos depois da inauguração da Rádio Globo, Roberto Marinho ganhou a permissão de instalar seu canal de TV.
Roberto Marinho tinha 60 anos quando teve o início das transmissões em 1965 com o Canal 4 do Rio de Janeiro. No ano seguinte, o empresário adquiriu em São Paulo a TV Paulista, Canal 5. Era os primeiros passos para o que hoje é uma das maiores empresas  de televisão do mundo, reunindo mais de 113 emissoras entre Geradoras e Afiliadas.
Como diz o ditado que por trás de toda fortuna sempre existe algum fato obscuro, isto trouxe a ele também pessoas não eram o podia-se chamar de amigos, entre eles Assis Chateaubriand, Samuel Wainer, Carlos Lacerda, Leonel Brizola e outros que a historia esqueceu tudo por conta de suas  relações com o Governo do Brasil. Ele era acusado muitas vezes  trabalhar pró-governo, principalmente durante a  Ditadura Militar. Coincidência ou não foi quando suas empresas mais cresceram.
Roberto Marinho se afastou do comando das Organizações Globo em 1998 e dividiu com seus filhos a direção da empresa: Roberto Irineu ficou com supervisão da Rede Globo de Televisão; João Roberto ficou responsável pelo Jornal “O Globo” e José Roberto, todo o sistema de rádio.
O jornalista Roberto Marinho morreu no dia 6 de agosto de 2003, com 98 anos, vitima de enfisema pulmonar, originado por uma trombose.

Um livro impecável.

Recomendo a todos.

A MENINA QUE ROUBAVA LIVRO


O período que os alemães sob a tutela de Hitler dominaram parte da Europa, milhares de historias aconteceram e milhares foram retratadas em fotos, filmes, livros. Um deles é “A Menina que Roubava Livros” de Marcus Suzak, que conta a historia de Liesel Meminger. O diferente deste livro é o fato da Morte ser a contadora da historia.
Liesel era judia e já tinha “conversado” com a Morte em outras ocasiões, quando seu irmão mais novo foi morto, quando vivenciou a morte de um piloto alemão e quando perdeu seus pais, que pereceram após um bombardeio na rua em que moravam. Após a morte dos pais, ela foi morar com um casal, Has Hubermann, seu pai adotivo de olhos cristalinos  e Rosa Hubermann, sua mãe adotiva.
Liesel era  semi analfabeta, mas por intuição ou mesmo sem perceber o que estava fazendo, por ocasião do funeral do seu irmão menor, o funcionário que estava providenciando o sepultamento, deixou cair um livro “O Manual do Coveiro”, ela o pegou e guardou para si. Já morando com a nova família, ela tinha a referencia da “mãe”, uma mulher mal educada, que usava sempre palavrões em tudo que fazia e o “pai”, um homem carinhoso e que lhe passou a ensinar a ler no livro que ela havia roubado.
Como o modelo de ensino da Alemanha na época do nazismo não era um primor, Liesel podia ser considerada uma péssima aluna e vivia sempre as turras com os professores, de quem sempre levava sonoras surras. O que realmente gostava era jogar futebol com os garotos da rua e com seu melhor amigo Rudy Steiner, com que viveu as melhores aventuras de sua vida.
A cidade de Molcking, onde morava era extremamente fanática por Hitler e periodicamente, para atender a insensatez do seu líder, eram feitas fogueiras de livros, visando acabar com o memória de ideais anti nazistas e numa destas fogueiras, Liesel consegue roubar seu segundo livro, um pouco chamuscado “O dar de ombros”
Com o avanço da guerra, a situação econômica da Alemanha foi piorando e a falta de dinheiro e de trabalho foi assolando a população. Has Hubermann, seu pai adotivo, que tocava acordeom como hobby e era pintor de paredes, por não ter se filiado ao Partido Nazista, tinha grande dificuldade em conseguir trabalho, enquanto sua mulher Rosa, ajudava  lavando roupas para as famílias mais ricas da cidade e contava com a ajuda de Liesel para as entregas. Liesel sempre fazia este trabalho em companhia de seu amigo Rudy. Ele era apaixonado por Liesel e sempre estava disposto a ajuda-la, independente da confusão ou aventura que fossem arrumar. O seu desejo era ganhar um beijo em troca e ela sempre recusava.
Certa ocasião, quando fazia uma entrega de roupas na casa do prefeito, Liesel foi surpreendida pela esposa dele, que a convidou para conhecer a biblioteca da casa e disse que poderia ler o livro que quisesse. Com o avanço da guerra e o dinheiro escasso, as pessoas começaram a cancelar os pedidos à Rosa e os Hubermann estavam na miséria.
Umas das últimas clientes de Rosa Hubermann era Ilsa, a esposa do prefeito, quando Liesel foi entregar a roupa ela deu um livro a menina e cancelou o serviço que Rosa fazia. Revoltada pela situação a menina explodiu em sua fúria e não aceitou o presente e xingou ela e o prefeito. Depois veio arrependimento e ela e seu amigo Rudy voltaram a casa do prefeito e ela subiu por uma janela e roubou o livro que havia ganhando anteriormente da biblioteca. Este procedimento se repetiu sempre que Liesel ficava angustiada.
Na época, ser judeu era ser condenado e nesta situação teve que aprender a guardar um segredo. Durante a primeira guerra, Hans foi ferido e salvo por um amigo, que agora lhe pedira para proteger seu filho Max das loucuras dos nazistas. Hans então fez o que podia significar a morte de toda sua família: esconder Max no porão de sua casa junto com as tintas que utilizava para pintar paredes. E lá ficou por muito tempo, até que teve que sair para fugir da policia nazista, mas se reencontram no final da guerra.
Neste período, Liesel fica amiga de Max que a ajudou nas leituras dos seus livros e com ele dividiu seus sonhos e pesadelos. Ninguém podia saber que Max morava ali e para a menina, agora seu mundinho se dividiam em dois, da porta da dentro onde todos ficavam apreensivos com um judeu escondido no porão e da porta para fora onde tinha seu melhor amigo Rudy e os outros moleques da pelada.
Com o inicio dos bombardeios dos aliados se aproximando da cidade. Liesel e Rudy  davam vazão as suas angustias  com o estranho hábito de roubar:  ela roubava livros enquanto Rudy era um eterno esfomeado, magro igual um graveto, ele só pensava em roubar comida da casa alheia ou plantações. Foi a leitura que salvou Liesel do bombardeio que matou seus pais adotivos Rosa e Has e seu melhor amigo Rudy. Depois de morto Rudy ganhara o tão esperado beijo da menina.
 Os ataques da guerra começaram também a atingir a Rua Himmel, onde Liesel e Rudy moravam. Sempre que eram alertados todos os moradores se dirigiam a um abrigo subterrâneo, onde o medo tomava conta de crianças e adultos. Liesel começou a ler em voz alta para todos, perpetrando nela a paixão pelos livros e pelas palavras. Foi exatamente isso que lhe salvou a vida. Numa noite, sem aviso prévio os ataques dos aliados destruíram completamente a rua que morava, enquanto ela, por acaso, se encontrava no porão escrevendo sua historia. Foi a única sobrevivente, que surpreendeu até a “Morte”, que a viu agarrada aos livros que tanto gostava.
Um livro muito bacana, com uma historia envolvente e difícil de ser resumida em poucas palavras, mas recomendo muito sua leitura.

Vale a pena.

Papillon - o Homem Que Fugiu do Inferno

Você gosta de aventuras? A historia de Papillon é verdadeira e o que não falta é aventuras. Este livro eu encontrei num sebo já há algum ...