Você gosta de aventuras? A historia de Papillon é verdadeira e o que não falta é aventuras. Este livro eu encontrei num sebo já há algum tempo e estava esquecido num cantinho da minha biblioteca. Resolvi lê-lo e fiquei impressionado com a narrativa desta romance, que pode ser considerada um biografia. Ele conta uma parte da vida de Henri Charrière (ou René Belbenoit), autor do livro. Papillon, como era conhecido, foi um dos poucos prisioneiros que conseguiram fugir da Ilha do Diabo, presídio localizado na floresta impenetrável da Guiana Francesa, uma espécie de purgatório, onde os presos pagavam seus crimes sofrendo degradações e brutalidades.
Papillon era um ex-militar da Marinha Francesa e se sobrevivia em Paris, aplicando pequenos golpes. Enganava um aqui, roubava outro ali até que um dia houve um roubo que ele não participou, mas mesmo assim Papillon foi acusado de te-lo feito. Foi condenado injustamente à pena de prisão perpétua e mandado para o exílio na Guiana Francesa
Na Guiana Francesa, o Governo da França construiu um campo de prisional e para este local o governo francês enviava a maioria dos prisioneiros Entre os prisioneiros estão Henri Charriere, o Pappilon, e Louis Dega que se conheceram no porão de prisioneiros. Louis Dega era um falsificador e embora inteligente, era muito frágil fisicamente e era vigiado por outros prisioneiros, pois sabiam que ele tinha dinheiro. Embora prisioneiros, ainda a necessidade do dinheiro é imensa, razão que o mesmo era escondido nos locais menos imagináveis.
Após ficarem amigos Pappilon protege Dega dos outros prisioneiros e surgem pensamentos distintos: sair daquele inferno. Dega acredita que poderá sair pelos meios legais, enquanto Papillon só pensa em fugir daquele sistema prisional, cheio de histórias, personagens estranhos e corruptos. O s dois após uma tentativa de melhorar sua situação são severamente punidos por um dos guardas ,o qual a família perdeu muito dinheiro com um dos golpes de Dega.
Ambos são enviados para a área de trabalho forçado e Pappilon tenta a sua primeira fuga que termina em fracasso e Papillon é preso novamente levado a solitária onde fica por dois anos. Dega tenta ajudá-lo na alimentação enviando cocos escondido dos policiais, mas é descoberto e Papillon têm sua ração alimentar diária diminuída pela metade, mas não entrega seu amigo Dega. Uma vez terminado esse período Pappilon está novamente pronto para fuga. Dessa vez elabora um plano mais eficaz e leva Dega e outro prisioneiro com ele.
Durante a tentativa Dega sofre uma queda na fuga e quase morre devido ao ferimento. Numa praia já bem distante eles aportam, mas são surpreendidos por soldados que atiram nos fugitivos. Pappilon é preso e junto com Dega voltam para Guiana e Pappilon têm uma chance de liberdade indo morar numa aldeia indígena, mas não está satisfeito e consegue fugir novamente. Foi parar num convento e enquanto dormia a Madre Superiora o denunciou e ele foi preso novamente. Desta vez foram longos cinco anos na solitária e ele sobreviveu mesmo assim.
Após a dura pena ele é levado para a Ilha do Diabo um local onde a fuga é praticamente impossível devido às correntes marítimas e ao gigantesco penhasco de pedra que forma a ilha. Pappilon se reencontra com Dega e propõe a ele um novo plano de fuga, Dega não acredita e foge dele. Dega perdeu as esperanças, pois sua esposa se casou com o seu advogado e ele perdeu tudo que tinha. Pappilon sempre persistente, não desiste e numa tentativa fantástica em que usa todo seu conhecimento de correntes marítimas consegue fugir, seu intento dizendo: Eu ainda estou vivo seus desgraçados.
Um livro ótimo. Henri Charrière era um ótimo contador de historia e após sua fuga escreveu o livro Papillon, que se transformou em filme, tendo nos papeis principais Steve McQueen (no papel de Papillon) e Dustin Hoffman (Louis Dega). Um drama real que existe além do filme, muito material a respeito deste homem, que segundo pesquisa existente, ele foi enterrado, após sua morte em Roraima, no Brasil. O livro faz por merecer todo respeito e admiração que recebeu dos críticos e de quem já teve oportunidade de ler esta obra fantástica.
Recomendo a todos.